Uma réplica do Giro di Lombardia fecha da melhor forma uma excelente 2ª semana do Giro. Será vamos ter um espectáculo monumental?
Percurso
Depois de um dia terrível e antes do dia de descanso uma jornada de montanha com 232 kms e sem chegada em alto soa claramente a fuga. É uma espécie de Giro di Lombardia, com muitas das subidas que são ultrapassadas no último Monumento do ano.
É uma jornada longa e complicada de controlar, já há equipas cansadas e desfalcadas. As dificuldades começam na Madonna del Ghisallo, a 60 kms do final, com 8,6 kms a 5,6%, logo seguida pelo Colma di Sormano (9,6 kms a 6,6%), uma subida muito constante. Entre os favoritos as diferenças devem ser feitas no Civiglio, cujo cume está a 9 kms do final. São 4200 metros a 9,6% de inclinação média e rampas de 14%, uma ascensão que parece não ter fim depois de 220 kms. O final em Como é ligeiramente a descer, depois de uma descida muito rápida e com uma curva perigosa a 500 metros da meta.
Tácticas
Tendo em conta que há 165 kms até às principais dificuldades começarem e que a geral está tão dispersa que as bonificações não são potencialmente decisivas soa mesmo a dia para a fuga esta etapa 15. Após um par de dias extenuantes e numa tirada complicada de controlar algumas equipas da geral podem querer um descanso e mesmo que os últimos 65 kms sejam atacados a fuga pode ter já vantagem suficiente para triunfar.
Favoritos
Agora já sem a obrigação de defender a camisola rosa a UAE Team Emirates pode libertar Diego Ulissi para o que o italiano faz melhor: caçar etapas. Muito provavelmente quem passar no topo da última subida em 1º irá ganhar, mas mesmo assim Ulissi tem uma boa ponta final em caso de grupo reduzido em Como.
Com um dia de descanso logo a seguir Pello Bilbao pode ter carta verde por parte da Astana para ir à procura do triunfo. O espanhol tem vindo a fazer uma gestão com pinças, abdicando da hipótese de top 10 para se resguardar para os momentos decisivos. Lopez não está tão bem colocado na geral como se poderia pensar e por isso as tiradas podem estar na mente da Astana.
Outsiders
Agora que Bob Jungels está completamente afastado da classificação geral Eros Capecchi tem liberdade completa para atacar e integrar fugas, ele que já esteve tão perto de um triunfo neste Giro. A equipa não chegou a ganhar com Viviani e pode ser Capecchi a salvar a honra do convento.
Tony Gallopin deverá ser um dos primeiros da geral que terá liberdade para integrar a fuga, estando a 19 minutos nem sequer para o top 10 é uma grande ameaça e é perfeitamente possível que a Ag2r La Mondiale tente colocar Hubert Dupont ou Nans Peters lá para ajudar Gallopin.
Caso a discussão fique entre os favoritos à vitória final no Giro Rafal Majka está numa excelente posição, imiscuído na luta entre Nibali, Roglic e os Movistar uma subida de 4 kms a 10% parece perfeita para as características do polaco.
Possíveis surpresas
Apesar da presença em escapadas anteriores é quase certo que a Androni volte a tentar colocar Fausto Masnada, Mattia Cattaneo e Andrea Vendrame procurando uma segunda vitória de etapa. A CCC Team ainda não triunfou também e é provável que Victor de la Parte e Amaro Antunes tentem a sua sorte numa jornada de média montanha. Nas grandes equipas há gregários que podem ter liberdade, casos de Ion Izagirre, Damiano Caruso, Esteban Chaves ou Jay McCarthy. Por fim, a Trek-Segafredo deverá tentar integrar Gianluca Brambilla ou Giulio Ciccone na fuga, eles que também são sérios candidatos pese embora o desgaste extra de dias anteriores.
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