Uma mini-Strade Bianche para terminar mais uma semana do Giro! Sterrato e subidas inclinadas prometem espetáculo, com os ciclistas a terminarem bem no centro de Siena, na mítica Piazza del Campo.

 

Percurso

Partida de Gubbio, terreno bastante acessível até à primeira contagem de montanha o dia, em La Cima (4,2 kms a 7,6%). O terreno torna-se mais ondulante a partir daqui, sobe e desce constante, logo a seguir ao sprint intermédio 3600 metros a 4,7% mas é preciso esperar pelos derradeiros 60 quilómetros pelo aparecimento do sterrato. Pieve a Salti (8 kms de extensão) é o primeiro setor, um longo setor feito em descida e subida, incluindo 1,9 kms a 5,2%.



Sem muito descanso, chega o setor de Serravalle (9,3 kms a extensão), um setor mais plano com a fase mais complicada a estar no seu início. Apenas 1500 metros de asfalto e entrada no setor de San Martino in Grania (9300 metros). Mais um setor muito longo, este culminando com 1000 metros a 7,1%, a 35 quilómetros da chegada. 20 quilómetros de asfalto, uma raridade nesta fase da etapa levam a setores mais conhecidos. Primeiro Monteapaerti (apenas 600 metros mas com com inclinação média de 7,5%) e depois Colle Pinzuto (2200 metros mas com zonas a 15%, especialmente na sua fase inicial).

14 quilómetros para a chegada a Siena, terreno mais plano com exceção de 1000 metros a 4,4% a 9 quilómetros do fim, antes da rápida aproximação ao quilómetro final. Este já é conhecido por todos, a mítica chegada à Piazza del Campo, com 700 metros a uma inclinação média de 9,1%, mas com fases a 16% já na parte histórica da cidade.

 

Táticas

Este é um dia muito importante para a classificação geral final do Giro, um dia de muitos nervos do início ao fim. Será uma etapa para duas lutas, só que estas podem misturar-se pois esperamos uma corrida muito rápida, principalmente na entrada dos setores de sterrato. Uma fuga só terá hipóteses de vencer caso entre com uma vantagem considerável nesta fase de corrida.

Mesmo assim, vemos equipas como a Q36.5 e a UAE Team Emirates a tentar endurecer a corrida antes, levando a mesma bastante rápida de modo a desgastar os rivais. A partir daí será o salva-se quem puder, esperamos ataques logo de entrada, corrida totalmente partida e depois será cada um por si em direção a Siena.

 

Favoritos

Tom Pidcock terá esta etapa mais que assinalada no seu livro de prova. Se há corredor habituado a fazer a Strade Bianche é o britânico e, depois de ontem ter perdido algum tempo, terá liberdade para atacar de longe e não ter resposta pronta. Tem uma técnica impressionante, será fundamental ao longo dos setores de sterrato.

Juan Ayuso pode não ser o ciclista mais habituado a este tipo de terreno, mas o espanhol é um talento nato, dificilmente não se vai dar bem. As subidas explosivas são ideais para si, resta saber como se vai manejar no sterrato, algo que acreditamos que será positivo. Mostrou grande atitude estes dias, quer chegar à rosa, palavras do próprio.



Outsiders

Romain Bardet já tentou hoje, amanhã deverá voltar à carga. No ano da sua despedida, o francês quererá aproveitar todas as oportunidades que tiver e, no terreno da Strade Bianche irá sentir-se bem. É um ciclista explosivo, adora os tramos de terra batida e se levar companhia para o final não se irá importar.

Numa marcação cerrada entre os principais candidatos, Isaac del Toro pode escapar para a vitória. Até agora, o mexicano tem sido um ciclista protegido, pouco tem trabalho, amanhã acreditamos que será mais um dia igual. Apesar de muito jovem, Del Toro tem muita qualidade e este é o tipo de terreno onde pode brilhar.

Pode parecer uma aposta romântica, mas seria um encerrar de capítulo ver Egan Bernal a vencer em Siena. O colombiano já brilhou na Strade Bianche e em etapas anteriores do Giro com sterrato e, na chegada em alto de ontem, mostrou ser um dos mais interventivos, tendo até desferido um ataque. A confiança estará em alta, Bernal está de regresso às grandes exibições.

 

Possíveis surpresas

Mads Pedersen – tentou muito hoje, amanhã vai voltar a tentar. Esta está longe de ser a etapa ideal para o dinamarquês mas sabe ler a corrida como poucos e isso poderá ser importante para antecipar os principais ataques.

Mathias Vacek – outra alternativa da Lidl-Trek, um corredor muito completo que se adapta muito bem a este tipo de terreno. Está a chegar a sua oportunidade.

Giulio Ciccone – mantemo-nos na equipa norte-americana, agora com a aposta da geral, um ciclista muito explosivo, talhado para estas subidas. Se tiver Pedersen ou Vacek no seu apoio, poderá ir longe.

Richard Carapaz – não faz muitas clássicas mas é um ciclista que gosta deste tipo de terreno e de corridas atacadas de longe. O equatoriano quer marcar posição na geral.



Antonio Tiberi – tem colocado a Bahrain-Victorious ao trabalho nos últimos dias, mostra que está confiante e pronto para assumir a corrida. Um ciclista muito completo que gosta de corridas duras.

Christian Scaroni – a XDS Astana pode ter a camisola rosa mas isso não será impeditivo para o italiano. Classicómano de grande nível, tem uma etapa ao seu jeito, numa equipa muito motivada.

Pello Bilbao – alguém com experiência de Strade Bianche e que tem tido liberdade para integrar as fugas. O espanhol vem com o objetivo de vencer uma etapa, esta deve estar marcada no livro.

Stefano Oldani – ciclista sem um líder para o amarrar no trabalho e que é um especialista em clássicas. O italiano adapta-se muito bem a este terreno, a Cofidis tem que apos

Francesco Busatto – jovem italiano muito polivalente, bom sprint e explosivo em subidas curtas. A fazer a estreia em Grandes Voltas, tem de aproveitar enquanto cansaço não começa a acumular.

Max Poole – o britânico tem tido uma atitude muito positiva ao longo dos primeiros 8 dias de competição. Bastante explosivo, não terá medo de atacar de longe.

 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Marco Brenner e Andrea Vendrame.



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