O pelotão tem uma última paragem pelo Médio Oriente com a visita aos Emirados Árabes Unidos. Espera-se uma semana de bom ciclismo, com a UAE Team Emirates a tentar vencer em casa com Tadej Pogacar.
Percurso
Geralmente nas provas por etapas colocamos aqui etapa a etapa, mas a organização não merece, este traçado é quase um copy paste de 2024, 4 etapas para sprint, a 1ª delas num pequeno topo, as outras 2 em terreno plano, um contra-relógio individual de 12 kms e 2 chegadas em alto, em Jebel Jais e Jebel Hafeet. Jebel Jais tem 19 kms a 5,6% e geralmente até é Jebel Hefeet que faz mais diferenças com os seus 10,9 kms a 6,7% porque tem lá no meio 1000 metros a 10,5%.
Tácticas
Normalmente com este traçado é preciso ser-se um bom trepador e um bom contra-relogista, mas nesta edição está presente Tadej Pogacar, com uma equipa para o proteger nas etapas planas e fazer alguma selecção na primeira metade das subidas. Isto quer dizer que já não deve haver ataques de longe e indirectamente vai haver equipas que sentem que estão a correr apenas pelo pódio e não pela vitória. Pode haver surpresas extra pelo factor dos ventos laterais nas etapas planas.
Favoritos
Tadej Pogacar – Vencedor em 2021 e 2022 com aparente facilidade não surpreenderia se aqui acontecesse o mesmo. É que o esloveno não só tem um nível médio muito elevado como a concorrência não é propriamente a melhor. Deve sair do contra-relógio como o melhor dos candidatos à geral, depois basta atacar tarde em Jebel Jais e gerir em Jebel Hafeet, apesar que gerir não está propriamente no dicionário de Pogacar.
Lennert van Eetvelt – Um dos poucos que ainda parece poder surpreender ou pelo menos andar perto de Pogacar. É o campeão em título depois de um pequeno milagre em Jebel Hafeet e depois disso continuou a sua aproximação, acredito que estará aqui a bom nível depois de um bom defeso.
Outsiders
Pello Bilbao – Um ciclista razoável no esforço individual desta distância, é alguém que conhece bem estas chegadas e saberá que se quiser terminar no pódio não pode entrar em loucuras a tentar seguir os ataques de Pogacar, nisso costuma ser alguém muito realista.
Javier Romo – Fiquei muito impressionado com o que o espanhol conseguiu fazer no Tour Down Under, para além disso é alguém que não é nada mau no contra-relógio e se adapta muito bem a estas subidas constantes e sem grandes inclinações. A Movistar começou bem o ano, reina bom ambiente dentro da equipa e isso é importante.
Michael Storer – Outro ciclista de uma equipa que começou o ano a voar, a Tudor entrou a todo o gás e o australiano será um dos nomes mais seguros para o top 10, na minha opinião, apesar que o pódio ficará comprometido com aquele contra-relógio individual. A sua presença aqui não é ao acaso, esta é uma corrida que oferece alguns pontos UCI e se repetir o resultado de 2024 faz mais do que 100.
Possíveis surpresas
Jay Vine – Nunca se sabe o que pode acontecer numa competição destas, uma queda, um furo, um mau posicionamento de Pogacar pode abrir a porta a Jay Vine, que em 2024 entrou como líder para Jebel Hafeet. Mesmo se não acontecer nada a Pogacar o australiano pode não ter de entrar ao serviço muito cedo e fazer eventualmente um bom resultado na geral.
Carlos Rodriguez – A Ineos não está no seu melhor momento e Carlos Rodriguez costuma ser alguém que gosta de etapas de montanha mais duras no geral, não destes esforços únicos, não o vejo a fazer melhor do que top 5.
Felix Gall – Nos seus dias é dos melhores trepadores do Mundo, resta saber o estado de forma, até porque deve chegar às etapas de montanha bastante penalizado pelos contra-relógio. Diria que também gostaria de mais desnível acumulado no geral.
Giulio Ciccone – O italiano quer recuperar o nível de 2023 depois de uma temporada bastante complicada com vários percalços, no entanto acho que esta corrida não lhe assenta muito bem, o contra-relógio individual, 2 chegadas em alto com subidas bastante longas quando ele gosta de esforços mais explosivos.
Chris Harper – Um gregário que pelas circunstâncias e resultados foi subindo na hierarquia interna e agora se apresenta como um possível top 10, 4º em 2021 e 13º em 2022, começou o ano em bom plano, é um ciclista muito regular.
Oscar Onley – Um ciclista com excelentes resultados em provas de 1 semana, 4º no Tour Down Under, em 2024 2º no Tour of Guangxi e 8º na Volta a Suíça, tem margem de evolução e quer fazer top 10.
Finn Fisher Black – Uma das grandes apostas da Red Bull Bora para este ano e para o futuro, foi contratado à UAE e realmente está a ter mais espaço e oportunidades. Fez 3º no Tour Down Under, é um bom sinal, tenho ideia que é um corredor que prefere esforços mais curtos e explosivos.
Jan Hirt/Hugh Carthy – 2 veteranos trepadores que gostam muito de subidas longas, vão perder muito tempo no contra-relógio e até podem tentar atacar de longe nas chegadas em alto.
Sergio Higuita/Harold Tejada – 2 colombianos da Astana, trepadores e muito irregulares. Partem como grandes outsiders numa equipa que precisa de pontos e está activamente à procura deles.
Super-Jokers
Os nossos Super-Jokers são: Einer Rubio e Alexey Lutsenko