O futuro de Olav Kooij
E eis que a Jumbo-Visma enganou quase toda a gente, até no vídeo de oficialização da renovação de Olav Kooij. Brincando com o facto do sprinter holandês estar a ser associado a várias equipas, enveredaram por uma falsa despedida para depois dizerem que afinal não era nada disso. O contrato de Olav Kooij terminava esta temporada e tendo em conta do seu potencial e do espaço para liderar a Jumbo-Visma que não é propriamente enorme, circulavam rumores que o jovem de 21 anos poderia sair para poder correr as principais competições. O que é certo é que decidiu ficar, num contrato por 2 temporadas, que fecha as portas aos pretendentes por agora, sente-se em casa e ainda pode crescer numa das melhores equipas do Mundo onde este ano pôde brilhar no Paris-Nice, nos 4 dias de Dunkerque e no ZLM Tour.
Os primeiros resultados dos Campeonatos Nacionais
Primeiro dia mais a sério de campeonatos nacionais, no caso das provas de contra-relógio e com alguns países de renome já na folha de resultados. Diríamos que o grande destaque vai para o Reino Unido, onde o muito jovem Joshua Tarling, de apenas 19 anos, sagrou-se campeão nacional de elites! Bom, não foi uma completa surpresa que o gigante de 1,94 metros, campeão mundial de juniores no ano passado se tenha superiorizado à concorrência, o que surpreendeu foi também a margem de vitória. Mais de 1 minuto sobre Fred Wright e Connor Swift, que assim completaram o pódio.
Na Holanda, num percurso completamente plano, e digno de contra-relógio (42 kms), Jos van Emden conseguiu um título inesperado, o 3º da carreira. Aos 8 anos, o ciclista da Jumbo-Visma bateu Daan Hoole e Sjoerd Bax. O antigo campeão Bauke Mollema foi apenas 5º. No Cazaquistão Alexey Lutsenko recuperou com alguma naturalidade o título conquistado em 2015 e 2019 (campeão de 4 em 4 anos curiosamente) e deu mais de 1 minuto a Dmitriy Gruzdev e Anton Kuzmin em 30 kms. Em Riga, num duelo em 3 ciclistas do World Tour, repetiu-se o pódio de 2022, Toms Skujins diante de Krists Neilands e de Emils Liepins, é o terceiro título de contra-relógio consecutivo para o corredor da Trek-Segafredo.
Entre as mulheres houve alguns resultados surpreendentes, no Luxemburgo Nina Berton finalmente destronou a eterna Christine Majerus, e na Holanda Riejanne Markus bateu com muita clareza as extra-terrestres Demi Vollering e Annemiek van Vleuten. Elizabeth Holden bateu Anna Morris e Elinor Barker no Reino Unido, numa corrida incrivelmente competitiva que viu as 5 primeiras separadas por somente 30 segundos.
Os escolhidos para o Tour da Groupama-FDJ e da Lotto-Dstny
Depois da Uno-x, hoje também a Groupama-FDJ e a Lotto-Dstny anunciaram o alinhamento para a Volta a França, que começa poucos dias depois desta leva de Campeonatos Nacionais. Após todo o falatório em redor da ausência de Arnaud Demare, já se sabia que a formação francesa iria trazer uma equipa somente a pensar em David Gaudu e assim foi confirmado com este anúncio. Os nomes que Thibaut Pinot (a fazer a sua despedida do Tour), Valentin Madouas (imprescindível no Tour 2022 para Gaudu), Kevin Geniets (a ganhar peso internamente) e de Stefan Kung (peça muito importante em todos os terrenos) já eram conhecidos. A eles juntaram-se o experiente Olivier Le Gac, o holandês Lars van den Berg (que deixou o Giro precocemente) e Quentin Pacher, um corredor que também fez o Tour em 2020 e 2021.
Já em relação à formação belga, o foco estará somente na conquista de etapas, maioritariamente no terreno plano. Caleb Ewan não tem dado grandes indicações, mas mesmo assim merece a confiança dos responsáveis, ele que no último ano e meio tem somente 1 triunfo no World Tour. Não se poderá queixar do apoio e do comboio, haverá poucas duplas tão poderosas quanto Jacopo Guarnieri e Jasper de Buyst, ainda possivelmente auxiliados por Florian Vermeesch e Pascal Eenkhoorn. Frederik Frison deu um belíssimo salto qualitativo este ano, Victor Campenaerts regressou recentemente de uma paragem mas até mostrou boas pernas no Dauphine e o mais forte na montanha é Maxim van Gils, alguém que fez top 11 nas 3 clássicas das Ardenas e que é um nome a ter em conta em finais explosivos e etapas de média montanha.
Imagem: Cor Vos