Foto: Luca Bettini/SprintCyclingAgency

Alpecin-Deceuninck – 13

Cumpriram os objectivos. A vitória de Kaden Groves em Nápoles foi essencial para isso, num dia em que os sprinters e os seus comboios foram os únicos a arriscar num final perigoso e com chuva à mistura. O australiano tinha uma tarefa muito complicada, resistir ao ritmo da Lidl-Trek nas etapas ao sprint mais duros, algo que não conseguiu, e superar um sprinter como Olav Kooij nos sprints mais clássicas. Mostrou boa ponta de velocidade ao longo do Giro, fez mais 2 pódios para além do triunfo e terminou a classificação por pontos no 6º lugar.

Depois não havia grandes expectativas até porque não havia grandes trepadores, mas Edward Planckaert ainda foi 3º na fuga da etapa 18. Esperava um pouco mais de Quinten Hermans, é preciso reconhecer que não teve assim tantas oportunidades.



 

Arkéa-BB Hotels – 8

Nós referimos antes do Giro que fazer uns top 10 com Mozzato já não era mau e realmente não superaram as expectativas. Uma mistura de estar a lutar pela manutenção no World Tour e não terem um plantel assim tão competitivo levou a isso. Alessandro Verre foi a surpresa da penúltima etapa no geral, foi 2º apenas atrás de Chris Harper, nunca tínhamos visto o italiano a trepar daquela forma, resta saber se a sua ausência em fugas durante o Giro quase todo foi propositado para ter ainda uma última bala na pistola.

Mozzato nunca esteve competitivo nos sprints, com más colocações e sai somente com 1 top 10 e uma última nota para Bardseng, que foi 22º, abdicou de tentar conquistar uma jornada para alcançar um lugar honroso na geral.

 

 

Bahrain – Victorious – 11

Os italianos tinham grandes esperanças sobre Antonio Tiberi e no final de contas foi Damiano Carusos a salvar as honras. Foi um clássico Giro do veterano transalpino, discreto na maioria do tempo, com capacidade de seguir os melhores na maioria dos ocasiões, não há memória de um ataque dele, até porque conhece muito bem as suas limitações.

Por outro lado, não obstante todos os problemas que teve, até com uma queda à mistura, havia aquela ânsia de ver o que Antonio Tiberi poderia fazer. E devo dizer que até antes dos incidentes, não havia grandes indicações, parece que Tiberi encontrou ali uma barreira de estagnação e se não passar para o próximo nível muito dificilmente vai fazer um pódio numa Grande Volta. Mesmo a 100% raramente mostrou capacidade de seguir Carapaz, Yates e Del Toro na alta montanha.

Afonso Eulálio deu sinais positivos na primeira experiência nas Grandes Voltas, só abandonou na etapa 19 devido ao desgaste acumulado, dias antes tinha impressionado ao passar no Mortirolo em 1º. Edoardo Zambanini teve uma boa primeira semana, fez 2 top 5, depois quebrou um pouco e esteve mais apagado, Pello Bilbao pelo contrário começou muito mal e acabou bem melhor, ainda assim longe do seu melhor nível, esteve em 5 fugas e não conseguiu causar estragos.

 

Cofidis – 6

A nossa previsão estava certa, Milan Fretin ainda não tem a capacidade e o apoio necessário para fazer estragos numa corrida destas, diria mesmo que não fosse aquele 2º lugar em Nápoles que deu 130 pontos UCI, teria sido um erro a formação francesa ter vindo com ele aqui porque havia boas oportunidades fora do Giro.

A temporada da Cofidis tem sido bastante fraquinha e continuou nesta Volta a Itália. Stefano Oldani ainda conseguiu 2 top 10 graças a uns sprints em grupo reduzido, Sylvain Moniquet foi dos mais combativos, 5 fugas, ainda que sem grande sucesso

 

 

Decathlon AG2R La Mondiale Team –12

Foi uma Volta a Itália que começou torta, com o abandono de Geoffrey Bouchard, que não se endireitou nas 2 primeira semanas e que teve de ser salva por Nicolas Prodhomme. Sam Bennett era a grande aposta para este Giro, um nome forte para os sprints, com etapas ganhas nas 3 Grandes Voltas e o irlandês sai daqui com…1 top 10, nada mais do que isso. Foi um dos maiores flops desta prova, mostrou sempre muita fragilidade na montanha e na colocação, pouca capacidade nos sprints.

Dries de Bondt foi remando contra a maré, o combativo belga esteve em diversas fugas e foi o maior lutador nos sprints intermédios, uma classificação mais interna do que oficial, graças a isso foi também 6º na classificação por pontos. Gudmestad e Dewulf tentaram ajudar Bennett, Godon ainda foi 5º na dura chegada a Vicenza, Vendrame sacou 2 top 10 logo na primeira semana e depois andou a um nível um pouco abaixo do esperado.

Eis que surgiu o grande sucesso, a vitória de Nicolas Prodhomme na 19ª etapa, o único sobrevivente da fuga num dia em que resistir aos homens da geral não foi tarefa fácil, o francês ainda terminou o Giro em 15º. Prodhomme teve o mérito de lutar muito e de saber escolher os seus momentos, ele já tinha sido 5º quando Plapp ganhou e obteve o mesmo lugar quando Verona triunfou.



EF Education – EasyPost – 17

Vinham com ambição de ganhar o Giro, mas não trouxeram equipa para ganhar o Giro e isso ficou provado na estrada. Falando primeiro no seu líder, não foi bem para isto que Richard Carapaz veio, no entanto não pode sair insatisfeito, é o regresso aos pódios em Grandes Voltas, algo que já não acontecia desde o Giro 2022, mas deu sempre a sensação que o equatoriano era globalmente o mais forte na alta montanha. Até juntou 1 etapa ao seu currículo, a grande questão é que realmente foi uma grande oportunidade desperdiçada.

Faltaram algumas peças mais à engrenagem e creio que sobrestimaram capacidade e fiabilidade de Jefferson Cepeda na montanha, havia a expectativa que ia ser o braço direito e constantemente víamos Carapaz rodeado de 4 UAE quando o grupo tinha menos de 20 unidades. De Asgreen fica a grande vitória em etapa, mas realmente nem ele, nem Doull, nem Shaw, nem Honoré mostraram capacidade de ajudar nos momentos mais cruciais e aquele que mais ajuda deu até foi Steinhauser, com a sua habilidade de entrar em fugas para ser útil mais tarde. De Rafferty não se pode esperar muito, estreia em Grandes Voltas aos 21 anos, a equipa poderia pensar que já estava noutro patamar em termos de evolução. É verdade que o plantel da EF não é assim tão vasto, ainda assim era preciso um Hugh Carthy ou um Neilson Powless para ajudar nos momentos cruciais.

 

Groupama – FDJ – 8

Foi uma exibição sofrível por parte da Grouapam-FDJ, principalmente por David Gaudu, nisto acertámos em cheio, o gaulês teve um Giro para esquecer e nem o tempo perdido numa fase inicial o ajudou a alcançar sucesso na última semana. Curiosamente também não me lembro de ver outros veteranos como Sven Erik Bystrom ou Quentin Pacher. A equipa de Marc Madiot deve levar de positivo para o futuro o crescimento de alguns jovens.

Falar primeiro de Lorenzo Germani mesmo sem resultados para apresentar, um ciclista combativo, completo e que muito tentou, esta não foi uma Grande Volta de fugas. Remy Rochas foi o corredor que melhores resultados trouxe para a equipa, 4º na chegada a Vicenza, ainda foi 5º na última etapa de montanha, subiu bastante bem o Finestre.

 

 

INEOS Grenadiers – 14

Vitória em etapa, top 10 final, parece pouco para uma equipa que foi tão dominadora há relativamente poucos anos, no entanto é preciso sermos pragmáticos, cumpriram os objectivos a que se propuseram e levam uma nota assim porque tiveram uma atitude ofensiva. Joshua Tarling triunfou na 2ª etapa para também aliviar toda a pressão que havia, teria conquistado a camisola rosa não fosse o tempo perdido logo na jornada inaugural, depois foi derrotado pelo surpreendente Daan Hoole dias mais tarde, no outro contra-relógio.

A espaços, parecia que Egan Bernal conseguiria mais do que a 7ª posição final, teve um ciclismo muito atacante e talvez tenha queimado aí alguns cartuchos, depois sofreu muito na última semana sem nunca conseguir acompanhar os melhores e teria sido útil ter ao seu lado um Thymen Arensman que voltou a desapontar, continuando este caminho o mais provável é nem partir para uma Grande Volta com a liderança partilhada e sim como puro gregário, é um corredor muito débil nas chegadas mais explosivas e muito irregular. De resto Castroviejo cumpriu, Turner fez um surpreendente pódio, Heiduk e Rivera estiveram ao serviço da equipa.

 

Intermarché – Wanty – 6

A formação belga continuou a temporada discreta que estava a fazer, o Giro não foi um ponto de viragem até porque Louis Meintjes falhou na geral e na conquista de etapas e Gerben Thijssen, o sprinter de serviço, ficou muito áquem em termos de resultados. Começando pelo sul-africano, 18º lugar final e sem qualquer top 10 em etapa, o melhor resultado global desde 2022, ainda assim muito longe do rendimento desse ano. Já Thijssen tinha obrigação de fazer muito, muito melhor do que conseguiu tendo em conta o nível de sprinters que aqui estava, termina o Giro sem finalizar qualquer jornada no top 10.

Francesco Busatto deixou boas notas, foi 4º logo na abertura em Tirana, Dion Smith abandonou cedo, não me lembro de ver Colleoni, Petilli e van Hoecke em competição, Taco van der Hoorn esteve em 3 fugas condenadas.



Israel – Premier Tech – 15

Gostei muito do Giro da Israel-Premier Tech, o top 10 de Derek Gee até foi um top 5, 4º lugar final para o canadiano depois de um Giro conservador e de muita qualidade, onde maximizou oportunidades, ficou fora de problemas e mostrou ter consistência a este nível, é mais um passo importante após ter sido 9º no Tour do ano passado. Estamos a falar de alguém que perdeu 1 minuto na etapa inaugural e que antes do segundo contra-relógio estava a rondar o 20º lugar, grande recuperação.

Com um Fuglsang e um Simon Clarke já muito limitados chegou-se à frente o talentoso Marco Frigo, que não teve tanta liberdade como noutras edições para estar junto do seu líder, algo que fez exemplarmente. E Derek Gee poderia ter feito mais estragos na última semana não tivesse Jan Hirt abandonado ainda na primeira semana. Hugo Houle e Nick Schultz foram bons ciclistas de equipa, Corbin Strong teve um belíssimo 2º lugar como na etapa 3, a presença de Mads Pedersen tirou-lhe chances de vitória.

 

Lidl – Trek – 20

Uma história de encantar que acabou com 6 etapas, a camisola por pontos e a oportunidade de envergar a camisola rosa. Tudo começou com um controlo perfeito na Albânia e um sprint poderoso do polivalente Mads Pedersen, que acabou a primeira semana com 3 vitórias e ainda viria a somar mais um triunfo durante a segunda semana, numa chegada bem dura. A classificação por pontos esteve sempre mais ou menos sob controlo, ainda que ocasionalmente fosse preciso um pouco mais de afinco nos sprints intermédios. Daan Hoole, que até agora na sua carreira tinha desiludido globalmente nos contra-relógios, provou que subiu uns bons patamares na sua evolução e a juntar às condições favoráveis, sacou a maior vitória da sua carreira.

E já numa fase em que a formação norte-americana estava órfã na classificação geral de Giulio Ciccone em virtude do abandono por queda do italiano, apareceu o fiável Carlos Verona a vingar isso mesmo com mais uma vitória em etapa. O que impressionou também foi o desempenho colectivo de um bloco que esteve imperial, um Mathias Vacek sempre presente nos momentos importantes, Patrick Konrad, Verona e Hoole sempre no controlo das operações, só Mads Pedersen sai daqui com quase 1300 pontos UCI e é preciso colocar em contexto, a Lidl-Trek ganhou quase um terço das etapas deste Giro com o seu líder para a geral a abandonar a meio.

 

Movistar Team – 13

Vieram aqui um pouco com as segundas linhas e até superaram as expectativas, especialmente Einer Rubio, que abordou este Giro de uma maneira diferente, outrora um ciclista que nos primeiros dias perdia algum tempo e depois aproveitava esse atraso para atacar e ter alguma liberdade nas etapas de montanha, desta vez foi 8º não andando em fugas e muitas vezes acompanhando os melhores da geral, segundo top 10 seguido para o colombiano.

Nairo Quintana fez o que conseguia, as pernas já não lhe permitem fazer mais do que isto, continua a ser um ciclista válido na montanha, longe do nível de outrora. Orluis Aular, um corredor que ainda há não muitos meses estava a correr em Portugal ao serviço da Caja Rural, foi uma das confirmações desta corrida, aproveitando a orografia acidentada de muitas etapas para aplicar a sua polivalência, sai daqui com 2 pódios e 6 top 10’s, tivesse andado a disputar sprints intermédios e teria conseguido melhor que o 10º posto na classificação por pontos, Aular também fez mais de 400 pontos UCI. Formolo teve um desempenho discreto, Barrenetxea fez o que pôde, Cepeda provou que este nível é um pouco acima para o que ele tem no tanque, Milesi precisa de acelerar a sua evolução.

 

Q36.5 Pro Cycling Team – 7

Quem diria que a equipa helvética seria uma das piores ao longo das 3 semanas. Estreia em Grandes Voltas, expectativas elevadas e uma corrida muito, muito fraca. Em vez de se focar e determinadas etapas, Tom Pidcock preferiu tentar um bom lugar na geral, esteve muito discreto e foi apenas mais um elemento do pelotão. Desapontante!

Matteo Moschetti vinha de algumas vitórias interessantes mas raramente se posicionou bem, foi preciso esperar pela etapa de ontem para ter o melhor sprint ao terminar em 3º. Este foi o melhor lugar da equipa ao longo de 3 semanas … Da restante equipa, apenas nos lembramos de Xabier Azparren, o combativo basco apareceu em algumas fugas. Damien Howson devia ter tido um papel mais ativo, é já um ciclista com alguma experiência de Grandes Voltas.




Red Bull – BORA – hansgrohe – 14

Giro muito agridoce para a equipa alemã. Primoz Roglic foi de mais a menos, envergou a camisola rosa, estava bem posicionado na geral mas depois inevitáveis as quedas voltaram a aparecer e foi para casa mais cedo, mais um abandono para o currículo. Apareceu Giulio Pellizzari para salvar a geral da equipa, terminando num brilhante 6º lugar depois de uma grande semana final onde recuperou diversos lugares. O italiano mostrou que tem futuro!

Sem Roglic, a equipa também ficou com mais liberdade e o combativo Nico Denz aproveitou para vencer uma etapa a partir de uma fuga, mesmo ao seu estilo, com um ataque de longe. O bloco de montanha da equipa falhou, Jai Hindley abandonou cedo devido a queda mas não tinha mostrado nada de especial, Daniel Martinez foi uma completa nulidade, é preciso mais de alguém que tinha sido 2º em 2024, e Jan Tratnik também esteve uns furos abaixo do que já mostrou.

 

Soudal Quick-Step – 11

Logo ao 1º dia, a Soudal foi obrigada a mudar de estratégia, com Mikel Landa a ser forçado a abandonar devido a queda grave. Na montanha, perante a ausência de Landa, houve liberdade. James Knox não aproveitou a oportunidade, ao contrário de Mattia Cattaneo e Gianmarco Garofoli. Ambos os italianos estiveram em diversas fugas, mostrando muita combatividade. O mais novo dos dois, Garofoli, conquistou 2 top-10, demonstrou ser um ciclista para prova de 3 semanas. Cattaneo tentou mas não tirou proveito das suas oportunidades, destacando-se no contra-relógio.

Paul Magnier fazia a estreia em Grandes Voltas, conseguiu 3 top-10 mas esperávamos mais do jovem francês que, mesmo assim, ainda é novo e vai evoluir. O sempre irregular Ethan Hayter apareceu no contra-relógio com um surpreendente pódio e até foi um bom apoio para a equipa.

 

Team Jayco AlUla – 16

Uma equipa que vinha apostada na geral com Chris Harper e em vencer etapas e acabou apenas com um objetivo. O australiano teve dias menos positivos, focou-se nas fugas na semana final e viria a ganhar com um ataque no Colle delle Finestre, um prémio merecido para a sua carreira. Ainda na primeira semana, Luke Plapp venceu, também, após um ataque de longe na fuga onde estava inserido. Ainda voltou a tentar mas sem sucesso.

Filippo Zana e Koen Bouwman já mostraram muito mais noutras edições do Giro, estiveram bastante discretos e, depois do que tinha feito esta temporada, Paul Double foi uma pequena decepção, apesar de ter sido a estreia em grandes competições. Davide de Pretto tentou imiscuir-se nas chegadas mais seletivas, conquistou alguns lugares honrosos.

 

 

Team Picnic PostNL – 15

A lutar pela manutenção no World Tour, Casper van Uden soltou um pouco a pressão logo ao 4º dia, com uma vitória surpresa na primeira chegada ao sprint. O neerlandês voltou a estar perto, foi 2º noutra ocasião, mas depois comprovaram-se os problemas na colocação e falhou redondamente o top-10.

Em despedida de Grandes Voltas, Romain Bardet entrou a pensar na geral mas perdeu bastante tempo e a partir daí focou-se nas fugas, conseguindo estar em 4. Ttentou de tudo para vencer a desejada etapa mas não o conseguiu, esteve perto na 17ª etapa, batido apenas por Del Toro. Gijs Leemreize também teve alguma liberdade mas foi um dos apoios de Max Poole. O britânico focou-se na geral e terminou em 11º, um resultado muito positivo. A luta pelos pontos UCI obrigou a esta gestão, caso contrário, em fugas, poderia ter vencido uma etapa.

 

Team Polti VisitMalta – 12

Comparando com outras edições, a equipa de Alberto Contador teve um Giro muito discreto. Seria de esperar muita presença em fugas e isso confirmou-se, provavelmente em mais de metade das etapas estiveram na frente, com os irmãos Davide e Mattia Bais, Mirco Maestri e Alessandro Tonelli. Maestri até foi 2º numa etapa, muito perto do triunfo.

Davide Piganzoli apostou na geral, foi 14º, um corredor anónimo, sempre focado na classificação final, talvez tenha sido um teste para mais tarde na carreira, se assim for passou no mesmo. Giovanni Lonardi era a aposta para o sprint, o italiano fez apenas 2 top-10, foi pouco para um ciclista da sua qualidade.



Team Visma | Lease a Bike – 20

Se alguém dissesse antes do Giro que a equipa neerlandesa sairia com estes resultados ninguém ia acreditar. Simon Yates chegou cheio de incógnitas, passou 19 etapas a controlar e a seguir os seus rivais para arriscar tudo no Colle delle Finestre. O britânico aproveitou a marcação direta entre os dois principais candidatos, rubricou uma exibição magistral que valeu o título do Giro e a conquista da 2ª Grande Volta da carreira. Foi poético ter conquistado o Giro 2025 no local onde perdeu o Giro 2018.

Para este triunfo muito contribuiu Wout van Aert, um dos MVP deste Giro! O belga ganhou a etapa do sterrato, um grande alívio pessoal, e a partir daí soltou-se para uma grande prova. Foi fundamental na etapa 20 e ainda foi um lançador exemplar para Olav Kooij. Falando do jovem sprinter, este acaba por ganhar duas etapas e fazer pódio noutra, melhorando o registo de 2024. Todos os gregários cumpriram com o seu papel, com destaque para Wilco Kelderman, Steven Kruijswijk e Edoardo Affini.

 

Tudor Pro Cycling – 12

Michael Storer vinha de ganhar o Tour of the Alps, as expectativas eram elevadas e, de certo modo acabou por desiludir um pouco. É certo que termina no top-10, é 10º, mas foi um corredor discreto, longe de mostrar a combatividade e o espírito ofensivo que nos habituou. Florian Stork foi um excelente gregário, uma das revelações da competição. Marco Brenner ainda tem de evoluir e talvez Yannis Voisard pudesse ter dado um pouco mais nas etapas duras.

Depois há o comboio de sprint, visivelmente órfão do lesionado Arvid de Kleijn. Maikel Zijlaard fechou por duas vezes entre os 10 melhores, ao passo que Rick Pluimers foi uma pequena desilusão depois do que mostrou na Primavera.

 

 

UAE Team Emirates – XRG – 17

Uma equipa que veio para ganhar o Giro e tinha a camisola rosa na etapa 20 não pode ficar satisfeita com o resultado. Juan Ayuso até começou bem, venceu a primeira chegada em alto mas depois viria a cair, o joelho ficou maltratado e, por fim, a abandonar na etapa 18.

Isaac del Toro pegou na liderança na etapa 9, venceu uma etapa e esteve perto de vencer o Giro. Nem sempre pareceu ter o apoio total da equipa, muitas vezes a própria equipa tentou anular os grupos onde estava. Aos 21 anos, não se podia pedir muito mais ao mexicano, que terminar com a camisola da juventude. Na etapa 20 marcou Carapaz, seguiu as ordens da equipa e foi aí que tudo falhou.

Olhando para os principais gregários, Adam Yates viu-se a espaço, já não parece o mesmo, não tem a mesma regularidade, Jay Vine também esteve desaparecido, quem mais deu foi o veterano Rafal Majka, continua a ser muito fiável. O que dizer de Brandon McNulty? Pouco ou nada trabalhou, tudo para defender o seu 9º lugar final … será que foi a decisão correta? Duvidamos muito.

 

VF Group – Bardiani CSF – Faizanè – 9

Uma equipa focada nas fugas e que, com muita sorte, poderia vencer uma etapa. A vitória andou longe, as maiores esperanças eram Filippo Fiorelli e Martin Marcellusi e ambos estiveram relativamente discretos, conseguiram 1 top-10 cada. Filippo Magli acabou por conseguir o melhor resultado, ao ser 4º no 18º dia.

Manuele Tarozzi esteve em 6 fugas, foi um dos ciclistas mais combativos deste Giro e acabou por triunfar numa classificação secundária, um prémio de consolação para os responsáveis da Bardiani.

 

 




XDS Astana Team – 18

A equipa cazaque chegava em grande forma e com a moral em alta e não desiludiu. Lorenzo Fortunato cedo começou a desbravar caminho para a conquista da camisola da montanha, nunca teve rivais à altura e foi um vencedor mais que justo. Muitas fugas, muitos pontos somados e acabou por “entregar” uma vitória ao seu colega Christian Scaroni, por sinal o seu “rival” mais direto na montanha.

Diego Ulissi foi muito importante em diversas fugas e também teve o seu momento de glória, ao fazer pódio numa etapa e envergar a camisola rosa por 1 dia. Pela experiência, Wout Poels e Fausto Masnada não estiveram ao nível dos restantes, principalmente o neerlandês que vinha com o objetivo de vencer uma etapa. Sozinho, Max Kanter tentou desenvencilhar-se nas chegadas ao sprint, conseguindo 3 top-10.

 

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