A 12ª etapa do Giro surge com um traçado bem mais acessível que pode conferir nova oportunidade para os homens rápidos, quem vai conseguir aproveitar?
Percurso
Este traçado é bastante simples e agradável ao olho dos sprinters, temos portanto 35 quilómetros planos, 60 quilómetros ondulados, mas sem inclinações excessivas e depois 75 quilómetros onde não há uma única subida. O final não é muito técnico, há uma longa recta de aproximação à última curva, que é bastante apertada e está a cerca de 400 metros da meta, é crucial entrar aí bem colocado.
Tácticas
Creio que a etapa de amanhã é muito importante para as equipas dos sprinters e já não há assim tantos oportunidades até ao final tendo em conta que a última semana é um banquete de montanha. É verdade que tanto Lidl-Trek, Visma e Alpecin já triunfaram, mas especialmente a Alpecin não tem ninguém para a geral e está focada nestes dias. Com 1600 metros de acumulado não creio que haja espaço para grandes diferenças, vamos ver se a Lidl-Trek vai tentar alguma coisa eventualmente na última contagem de montanha visto que alguns homens rápidos têm demonstrado muita fragilidade a subir.
Para esta estratégia será crucial um bom controlo da fuga, tal como já se viu em dias anteriores, apenas 4 ou 5 ciclistas na frente e depois uma barragem rápida e eficaz quando houver um grupo para isso.
Favoritos
Kaden Groves – É um ciclista que quando encaixa, quando está com confiança e bem lançado é muito complicado de parar, veja-se o sprint dominador, demolidor mesmo que fez em Nápoles. A Alpecin está a concentrar-se nestas etapas já há algum tempo, vai meter a carne toda no assador.
Olav Kooij – Era o grande favorito para os sprints antes do Giro e ainda não cumpriu o que se antevia. Agora com Wout van Aert numa melhor condição física vamos ver como está o comboio da Visma. Todos sabem que a ponta final do holandês é temível, mas Affini e Wout van Aert têm de o conseguir colocar melhor.
Outsiders
Milan Fretin – É a grande oportunidade da Cofidis ganhar ou mesmo fechar um pódio em etapa. O sprinter belga tem tido resultados incrível em 2025, claramente o melhor ano da carreira e foi 2º em Nápoles, o mais impressionante é que tem feito isto sem um grande comboio. Aqui talvez só Oldani o consiga ajudar na parte final.
Casper van Uden – Uma das grandes surpresas desta competição, como se costuma dizer, será que um raio atinge o mesmo sítio 2 vezes? Van Uden sempre foi uma grande promessa do sprint e muitas vezes é uma questão de confiança. Só que há um grande problema, já não tem Bram Welten, um lançador de excelência.
Sam Bennett – Bastante discreto até agora, não tem conseguido uma boa colocação, mas é um ciclista que de vez em quando consegue um grande resultado, já fez boas exibições na Decathlon. Analisando o comboio, já vimos piores, Godon e Dewulf são bons roladores.
Possíveis surpresas
Mads Pedersen – Apesar da sua enorme capacidade física nesta altura do campeonato já tudo conta. Bastantes dias com a Maglia Ciclamino, subidas ao pódio, sprints intermédios. Para além disso não é o maior fã deste tipo de sprints compactos e pode acusar um pouco o desgaste de hoje.
Matteo Moschetti – Corredor que tem por hábito arriscar bastante e por vezes isso compensa. Em Nápoles passou dos limites ao encostar Kooij às barreiras, terá de se conter mais um pouco, mas não lhe falta explosão.
Paul Magnier – O jovem francês ainda mal se viu nesta primeira experiência em Grandes Voltas, parece-me ser um ciclista mais talhado para sprints reduzidos ou em ligeira subida, pode haver melhores oportunidade.
Giovanni Lonardi – Sprinter bastante regular e que não me admirava nada de ver no top 10, Lonardi não tem um grande comboio e costuma andar de roda em roda à procura do melhor comboio.
Maikel Zijlaard – Corredor bastante possante, especialista em prólogos e que este ano tem feito um pouco a transição para sprinter. A Tudor tem apresentado bons comboios e o holandês é rápido, pode fazer pódio com uma boa colocação.
Max Kanter – Um pouco à imagem de Lonardi é normalmente muito bom na colocação e por causa disso é tremendamente consistente, tem tido uma boa temporada e a Astana está a andar muito bem em 2025.
Gerben Thijssen – Seria uma surpresa na escala de Casper van Uden no primeiro sprint, Thijssen não tem conseguido ser competitivo ultimamente e a Intermarche-Wanty não tem propriamente o comboio mais poderoso.
Matevz Govekar – O esloveno da Bahrain já obteve bons resultados, mas em finais em que a estrada empina, creio que terá liberdade de sprintar e top 10 já seria bom.
Corbin Strong – Preferia um sprint em subida e bem mais reduzido, aqui creio que não tem grandes hipóteses.
Kevin Geniets – Esperança da fuga nº1
Dries de Bondt – Esperança da fuga nº2
Super-Jokers
Os nossos Super-Jokers são: Wout van Aert e Luca Mozzato