A média montanha está de regresso no Giro! Dia com os tradicionais muros transalpinos, num final bastante aberto e que tem um vasto leque de candidatos ao triunfo.

Percurso

O Giro já nos habituou a alguns dias de média montanha que noutras edições até ofereceram grande espectáculo, amanhã teremos algumas colinas duras, sem o clássico carrossel de “muritos”. Os primeiros 120 quilómetros são muito acessíveis, apenas têm uma 4ª categoria, o problema para as equipas que querem controlar a corrida é se o pelotão chegar ainda junto a esse ponto.



Depois há uma sequência que pode ser utilizada pelas equipas para eliminar alguns sprinters, primeiro 1400 metros a 6,7% e posteriormente 5 kms a 6,6%, uma subida que engana pois os primeiros 3 kms são a 8%. Nos 25 kms finais há 3 colinas, uma primeira passagem pela meta (800 metros a 7,6%), o sprint bonificado que está num topo com 1800 metros a 6,6% e a colina que coincide com o final em Vicenza. A colocação será preponderante,  há uma curva bastante apertada à entrada do quilómetro final, sendo que o esforço explosivo inicia-se logo de seguida.

 

Táticas

Esta é uma etapa que parece ter um guião bastante fácil de escrever. Os primeiros 120 quilómetros são relativamente acessíveis e, como tal, quem tiver interesse de vencer a etapa com os seus líderes “só” tem de controlar a fuga e impedir um grupo forte de se formar. Aqui mencionamos UAE Team Emirates, Visma|Lease a Bike e Q36.5. A chave da etapa está na formação da fuga, um grupo pequeno será perfeito para o pelotão discutir a etapa e o memso deverá ser mantido na frente até à parte final, de modo a evitar ataques nas dificuldades finais, como a primeira passagem pela meta.

Acreditamos que tudo se vai decidir ao sprint no difícil Monte Berico. Vão existir ataques para evitar que a discussão seja em pelotão, é preciso um bloco sólido para controlar a chegada. Por fim, o timing de lançamento do sprint também será decisivo.

 

Favoritos

Isaac del Toro está bem e recomenda-se! O jovem mexicano tem-se mostrado muito confortável sempre que a estrada inclina e tem aproveitado todas as oportunidades para somar bonificações. Amanhã é um dia importante, uma chegada explosiva, onde Del Toro tem conseguido superiorizar-se aos seus rivas. Seria um sonho vencer de rosa.

Se há final neste Giro que acenta bem nas características de Tom Pidcock é este. O britânico ainda procura a primiera vitória na prova e não tem sido por falta de trabalho da Q36.5, a equipa helvética tem estado sempre presente no apoio ao seu líder. Pidcock pode ter alguma pressão, mas já está habituado a isso. Este é um final parecido à Fleche Wallonne, onde este ano foi 3º.



Outsiders

Wout van Aert tem melhorado com o passar dos dias e, no passado domingo, apontou esta etapa como um objetivo. É certo que o final pode estar no limite para as suas características, mas um Van Aert em boa forma consegue estar na luta. Não está tão explosivo como noutras temporadas, mas continua a ter uma boa ponta final.

Mads Pedersen tem aqui mais uma oportunidade para vencer. Já com 3 vitórias no bolso, os últimos dias têm sido de muito trabalho. Amanhã é um dia importante para a classificação por pontos, uma motivação extra para Pedersen. Está em grande forma, a subir muito bem, o dinamarquês adora os finais em subida, apesar deste estar no limite para si.

Um ciclista que já sabe o que é vencer neste local é Corbin Strong. O neozelandês foi o mais forte no Giro del Veneto 2024, prova que termina neste mesmo sítio, pelo que já conhece muito bem esta chegada. Olhando para o que resta de Volta a Itália, esta é uma das grandes oportunidades que lhe restam para brilhar.

 

Possíveis surpresas

Juan Ayuso – deverá fazer a sua corrida, sem estar amarrado a Del Toro. O espanhol também é um ciclista explosivo e, apesar de apenas ter o seu colega de equipa à frente quererá continuar a ganhar tempo aos seus adversários.

Primoz Roglic – este é um final à imagem do esloveno, só que não parece na sua melhor forma e já perdeu alguma explosão. Em condições ideais ainda poderá vencer mas será uma tarefa mais árdua.

Egan Bernal – a explosão que o caracterizavam está de volta, é bom ver o colombiano de regresso às boas exibições. Está a ter marcação direta da UAE Team Emirates, terá de ser o mais forte se quiser vencer.



Richard Carapaz – a vitória de ontem deu muita confiança ao equatoriano. Este final não se adapta tão bem às suas características, demasiado explosivo, terá de atacar de longe, mas também não vai ter tanta liberdade para tal.

Giulio Ciccone – alternativa dentro da Lidl-Trek, um ciclista muito explosivo e que adora estes finais. Sempre muito atento, amanhã deverá estar novamente na frente, quer seja a lançar Pedersen ou a fazer a sua própria corrida.

Christian Scaroni – no início de temporada destacou-se neste tipo de finais. Está a fazer um Giro mais discreto, numa XDS Astana que tem estado muito bem. É o momento do italiano aparecer.

Edoardo Zambanini – foi dito que o italiano teria liberdade em certas etapas, esta pode ser uma delas. Ciclista explosivo e com uma boa ponta final, já deu boa conta de si neste Giro.

Dorian Godon – o outro vencedor do Giro del Veneto presente, este no ano de 2023. Mais um que conhece a chegada e quererá usar isso a seu favor. É um ciclista que gosta de finais duros.

Quinten Hermans – opção para a fuga nº 1. Principal aposta da Alpecin-Deceuninck, um final que faz lembrar as clássicas onde o belga costuma aparecer em bom plano.

Marco Brenner – opção para a fuga nº 2. Esteve na fuga de ontem, a dureza foi demais para o jovem campeão alemão, um ciclista explosivo que gosta deste tipo de chegadas.

Nicola Conci – opção para a fuga nº 3. A XDS Astana gosta de jogar em vários cenários, o italiano está a andar bem e, num grupo de fugitivos, será dos ciclistas mais talhados para a chegada.

Andrea Vendrame – opção para a fuga nº 4. Algo discreto até agora mas com um final perfeito para as suas características. Quando está em fuga é sempre uma grande ameaça.

 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Francesco Busatto e Davide de Pretto.



By admin