Os últimos dias foram recheados de competição, entre os Mundiais, a Volta a Portugal, a Fleche Wallonne e o BinckBank Tour eventualmente algumas transferências passaram despercebidas e é nisso que nos vamos focar aqui.
O grande destaque vai para a Groupama-FDJ, com 4 contratações na última semana. Matteo Badilatti tem subido rapidamente na carreira e o suíço dá agora mais um salto importante, ingressando na equipa francesa num contrato válido por 2 temporadas. 3º no Sibiu Tour e 4º no Tour de Hongrie, Badilatti é um trepador puro que foi recrutado para dar profundidade ao plantel na montanha e para ser mais uma ajuda a Pinot ou Gaudu.
Attila Valter é outro nome bastante interessante que vai reforçar a Groupama-FDJ, outro ciclista de montanha para reforçar o bloco. Aos 22 anos o húngaro recentemente venceu a volta ao seu país, ele que foi para a CCC depois de um excelente 2019 como sub-23, em que ganhou 1 etapa na Volta a França do Futuro e foi 4º no Giro di Lombardia sub-23. Um ciclista à imagem de Ilnur Zakarin e que ainda tem muito para evoluir.
Depois ingressam na equipa 2 jovens oriundos da equipa de formação. Lars van den Berg foi chamado para fazer algumas corridas com a equipa principal e mostrou boa capacidade no Tour de Wallonie. O holandês de 22 anos fez a sua formação na Metec e foi 10º na Volta a França do Futuro em 2019, parece bem mais polivalente que Valter. Já Clement Davy tem também 22 anos e trata-se de um rolador, 13º no Paris-Roubaix, 10º nos Europeus de contra-relógio e 3º no Chrono des Nations, tudo no escalão sub-23.
A Cofidis também anunciou 3 reforços nos últimos dias, o mais conhecido foi o polaco Szymon Sajnok, um ciclista de 23 anos extremamente regular, que faz imensos top 10 ao sprint em provas World Tour. Provavelmente terá algumas oportunidades, mas a sua contratação deverá ter o propósito de integrar o comboio de Elia Viviani, tendo em conta que já há Consonni e Laporte como alternativas para sprintar e Sajnok tem a experiência da pista.
O ingresso de Tom Bohli é que não se compreende de maneira alguma. Um ciclista de 26 anos que foi excelente enquanto junior, bom enquanto sub-23, mas que em elites ainda praticamente nada mostrou a não ser ocasionalmente em prólogos. Ainda por cima a Cofidis não é propriamente conhecida por ter uma boa estrutura no que toca ao contra-relógio, portanto nem para Bohli esta mudança faz muito sentido.
Já Remy Rochas é um excelente reforço, o francês de 24 anos está a viver a sua melhor temporada até agora, foi 4º no Sibiu Tour e 11º na Route d’Occitanie, o que despertou o interesse das maiores equipas francesas. Tem uma atitude irreverente e deverá integrar bastantes fugas, sendo também um possível apoio a Guillaume Martin. Também para o bloco de montanha foi contratado Ruben Fernandez, que chega da Euskaltel-Euskadi. É o regresso do basco ao World Tour, onde esteve na Movistar. O vencedor do Tour de l’Avenir de 2013 deu, este ano, um passo atrás na carreira e os resultados voltaram a aparecer. Foi 5º nos Nacionais de Espanha, 9º na Vuelta a Andaluzia e 8º na Volta a la Comunidad Valenciana.
Saindo de França, a Androni Giocattoli confirmou o regresso de Matteo Malucelli, depois de 2 temporadas sem triunfos na Caja Rural. O italiano que venceu em Portugal em 2015, somou os outros 3 triunfos na carreira enquanto representava a formação de Gianni Savio, 1 em 2017 e 2 em 2018. Malucelli é um puro sprinter, algo que a equipa precisava, mas acima de tudo precisa de confiança novamente.
Geralmente a Rally Cycling é muito cirúrgica no mercado e desta vez apontou setas a Arvid de Kleijn, que assinou para 2021. O holandês de 26 anos é o primeiro ciclista europeu confirmado para a próxima época, ele que está na Riwal Securias em 2020, tendo já conquistado 2 pódios esta época. Kleijn é um ciclista muito consistente e capaz de discutir semi-clássicas também, vem tapar uma lacuna que a formação norte-americana tinha no capítulo do sprint.