Regresso do Tour e com um começo pouco habitual tendo em conta as primeiras duas semanas de competição, com a fuga a dar-se logo a abrir e sem grandes contra-ataques vindos do pelotão. Num total, 29 ciclistas foram para a frente de corrida, entre os quais Aleksandr Vlasov, Wout van Aert, Damiano Caruso, Dylan Teuns, Brandon McNulty, Michael Woods, Simon Geschke, Daniel Martinez, Tim Wellens e Matteo Jorgenson.
Com Vlasov a pouco mais de 10 minutos da amarela de Jonas Vingegaard, a Jumbo-Visma não pode dar liberdade total à escapada mas, mesmo assim, talvez pressionando as restantes equipas da geral, deixou a fuga chegar praticamente aos 9 minutos de vantagem. As dificuldades começaram a aparecer a 66 quilómetros do fim e, nas primeiras rampas do Port de Lers, Damiano Caruso e Olivier le Gac decidiram atacar.
Como seria de espera, Caruso partiu na aventura em solitário recebeu, alguns quilómetros depois, a companhia de Woods e Michael Storer. Atrás, o grupo perseguidor ia-se partindo com McNulty, Van Aert, Jorgenson e Geschke a serem os únicos a chegarem à frente mesmo à entrada do quilómetro final da subida.
No pelotão, Enric Mas atacou com 2 companheiros a 5 quilómetros do topo mas o principal estava guardado mais para a frente, com Tadej Pogacar a desferir 2 fortes ataques, respondidos com prontidão por Jonas Vingegaard. O esloveno também tentou a descer mas o camisola amarela estava sempre na sua roda. Na rápida descida que se seguiu até ao início do Mur de Pegère, Vlasov, Houle e Izagirre fizeram a ponte para a frente, o grupo dos favoritos apanhou Mas e a este grupo regressou Romain Bardet, a principal vítima dos vários ataques de Pogacar.
A alta velocidade, Houle fez uma grande descida, conseguindo entrar com 35 segundos de vantagem na subida final para o grupo perseguidor. O canadiano fez uma super subida, foi aguentando a aproximação dos puros trepadores e passou no topo, à falta de 27 quilómetros, com 27 segundos de vantagem para Jorgenson e Woods.
A ação entre os favoritos começou mal o grupo entrou nos 4 quilómetros finais, coincidentes com a parte mais dura. Rafal Majka passou para a frente e destruiu o grupo por completo, com Pogacar, Vingegaard, Kuss e Quintana a serem os únicos capazes de seguir o polaco. A ritmo, Yates, Thomas e Gaudu recolaram, mas um problema mecânico de Majka alterou o cenário, com Kuss a passar a comandar o grupo, aumentando o ritmo e fazendo descolar os nomes referidos. Até ao topo, não existiram ataques.
Na descida, Houle não teve percalços ao contrário de Jorgenson, que foi ao chão, praticamente “entregando” a vitória ao canadiano da Israel-Premier Tech. Em Foix, Houle pôde soltar toda a emoção ao conquistar uma vitória de uma carreira, não fosse esta a primeira no World Tour e a primeira sem ser um título nacional. Madouas, que colou ao duo perseguidor perto do final, foi 2º a 1:10 à frente de Woods. Os favoritos fizeram a descida ao ritmo de Wout van Aert e Daniel Martinez, Thomas e Gaudu reentraram ainda numa fase inicial, e chegaram com um atraso de 5:54. Yates e Pidcock chegaram a 7:16 e o grande derrotado do dia foi Bardet chegando a 9:30. Vingegaard passou mais um teste e segue de amarelo.