Dia de Milano-Sanremo, dia do primeiro Monumento da temporada, dia de “La Classicissima”! Bem cedo na manhã, o pelotão saiu de Pavia, debaixo de um clima muito frio, com a chuva a marcar presença, e nos primeiros quilómetros formou-se a fuga do dia. Oito ciclistas, com várias equipas representadas com alguns elementos, nomeadamente a Vini Fantini, com Tommaso Nencini, Mark Stewart e mais tarde Kristian Sbaragli. Alessandro Verre, Mathis Le Berre, Baptiste Veistroffer, Martin Marcellusi e Filippo Turconi foram os restantes aventureiros.
Este grupo chegou a ter 6 minutos e a primeira equipa dos favoritos a chegar-se à frente foi a Alpecin-Deceuninck de Mathieu van der Poel, curiosamente com uma ajuda ocasional da Lidl-Trek, a UAE Team Emirates nunca forçou o ritmo na fase plana da prova. A fuga começou a perder elementos e a partir-se no Capo Berta, onde Martin Marcellusi mostrou ser o trepador mais forte entre os elementos escapados, enquanto no pelotão Tulett e Philipsen sofriam avarias. Havia uma luta enorme pelo posicionamento no pelotão, todos sabiam que era chave entrar bem colocado na Cipressa e foi mesmo no início dessa emblemática subida que Marcellusi foi alcançado.
A UAE Team Emirates entrou a todo o gás com Tim Wellens a dar tudo por tudo e o grupo partiu a meio quase de imediato, o primeiro dos grandes favoritos a ceder foi Jasper Philipsen. Depois foi a vez de Jhonatan Narvaez e a 3 kms do final da Cipressa surgiu o esperado ataque de Tadej Pogacar, que explodiu com o que restava do grupo principal. Numa fase inicial apenas Mathieu van der Poel, Filippo Ganna e Romain Gregoire conseguiram acompanhar o esloveno, num segundo ataque Gregoire partiu o motor e mesmo Ganna passava por grandes dificuldades, mas sobreviveu na frente da corrida.
O trio voou autenticamente na Cipressa, bateram um recorde absoluto da subida em competição e abriram praticamente 1 minuto para um restrito grupo perseguidor, que tinha cerca de 40 elementos, mas onde faltavam elementos de trabalho. O trio entrou no Poggio com 45 segundos de avanço e Tadej Pogacar entrou logo ao ataque, descolando Filippo Ganna, e a batalha no Poggio vai ficar para a história, Pogacar atacou vezes sem conta, van der Poel respondeu sempre à altura e tentou a sua sorte nos 500 metros finais do Poggio, o actual campeão do Mundo sentiu dificuldades e resistiu, com Ganna a coroar o alto com 12 segundos de atraso.
O italiano foi recuperando na descida e no terreno plano e acabou por colar aos 2 da frente à entrada do quilómetro final, entrando no jogo da hesitação habitual de um sprint a 3 no final de uma corrida destas. Tadej Pogacar optou pela expectativa e por tentar surpreender, dando alguns metros aos seus rivais e o tiro saiu pela culatra, Mathieu van der Poel antecipou o movimento do esloveno, lançou o sprint e a partir daí foi “game over”, foi a 2ª vitória do holandês neste Monumento, com o 2º lugar a ficar para Filippo Ganna e Tadej Pogacar a fechar o pódio. Michael Matthews liderou o grupo perseguidor a 43 segundos da meta.