Uma equipa que viu um grande patrocinador chegar a meio da temporada e, desta form,a incrementar o orçamento. No nosso ranking, a Lidl-Trek subiu de 12º para 7º, o que mostra uma melhor temporada fruto do aparecimento de uma grande figura.

 

Os dados

Vitórias: 27 triunfos, apenas 6 no World Tour e um número influenciado pelos 8 títulos nacionais.

Pódios: 83 pódios, muitas vezes na discussão da corrida, faltou uma pontinha de sorte para vencerem mais vezes. Mais 20 que na época passada.

Dias de competição da equipa: 290 dias de competição, dos calendários mais alargados do pelotão.



Idade média do plantel: 28,7 anos, uma equipa que alia a veterania de ciclistas como Dario Cataldo e Bauke Mollema com a juventude de Matias Vacek e Thibau Nys.

Mais kms: o polivalente Edward Theuns com um total de 13 067 kms.

Melhor vitória: Mads Pedersen na BEMER Cyclassics, um arranque fenomenal, um sprint com mais de 600 metros, ainda a tempo de apanhar a fuga.

 

O mais

Mads Pedersen voltou a ser um poço de regularidade tremendo. O antigo campeão do Mundo venceu por 7 vezes na temporada, incluindo no Giro e no Tour e, para além, de um dos sprinters mais regulares do Mundo evidenciou-se nas clássicas: 3º no Tour de Flandres, 4º no Pari-Roubaix, 5º na Dwars door Vlaanderen e Gent-Wevelgem e 6º na Milano-Sanremo. Sempre na discussão das grandes corridas.

Mattias Skjelmose deu o salto este ano. O dinamarquês já apresentava alguns resultados interessantes, mas nada comparado com o que conseguiu este ano. Venceu por 7 vezes, incluindo a geral da Volta a Suíça e para além de se mostrar um corredor capaz de estar na luta com os melhores na montanha apareceu nas clássicas das Ardenas, finalizando a Fleche Wallone no pódio e as restantes no top-10.

Giulio Ciccone abriu a temporada a todo o gás, vencendo na Comunidade Valenciana e terminando em 2º, 5º no Tirreno-Adriático e 7º na Catalunha. Iria ao Giro, mas uma doença impossibilitou-o. Focou-se no Tour onde foi um dos protagonistas e venceu a camisola da montanha. Destaque para as temporadas positivas de Toms Skuijns, muito combativo como sempre, Edward Theuns e Thibau Nys, muito bem para a sua primeira época como profissional.

 

O menos

Longe vão os anos em que Jasper Stuyven aparecia na discussão das grandes clássicas. O experiente belga teve como melhor resultado o 10º na Milano-Sanremo e no empedrado, a sua especialidade, mal se viu. Aqui e ali foi aparecendo, 4º no Renewi Tour e 6º nos Mundiais mas foi pouco para a sua qualidade.



Juan Pedro Lopez vinha de um 2022 onde venceu a juventude e foi 10º no Giro, as expectativas eram muitas, no entanto não passou disso. O trepador espanhol passou ao lado da temporada, onde o 17º lugar na Vuelta foi o melhor que conseguiu. Quinn Simmons tarda em afirmar-se entre a elite, quando menos se espera saca um coelho da cartola mas são mais os dias em que anda desaparecido em combate.

A idade já começa a pesar e muito em Bauke Mollema. O neerlandês bem tenta mas já não é o mesmo de outras temporadas, não conseguimos entender como ainda tem mais 3 anos de contrato com a equipa. Filippo Baroncini chegou em 2022 como grande promessa mas alguns azares, com quedas e lesões, não lhe permitiram render o esperado.

 

O mercado

Mercado de transferências de muitas mexidas para a equipa norte-americana. Muitos ciclistas em fim de linha de saída. Tony Gallopin reforma-se e os veteranos Jon Aberasturi e Kenny Elissonde irão procurar as suas oportunidades. Antonio Tiberi saiu a meio da época depois de um episódio caricato, e, de saída, também estão os sprinters Emils Liepins e Marc Bustrenga, os classicómanos Markus Hoelgaard e Filippo Baroncini e os trepadores Amanuel Ghebreigzabhier, Antwan Tolhoek e Asbjorn Hellemose.

Muitas entradas e de nomes importantes, fruto do incremento de orçamento da Lidl. Tao Geoghegan Hart entra para ser líder nas Grandes Voltas, com o reforço do bloco de montanha a estar a cargo de Patrick Konrad, Sam Oomen e Carlos Verona. Jonathan Milan é mais um grande nome, este na vertente do sprint, com Simone Consonni a chegar para seu lançador. Ryan Gibbons e Fabio Felline podem fazer parte do comboio mas serão mais que isso, são ciclistas polivalentes. Andrea Bagioli entra para ser figura importante nas clássicas e Tim Declercq será um ciclista de muito trabalho.

 

O que esperar em 2024?

Mads Pedersen tem sido a grande figura da equipa e aguentado a pressão, algo que acreditamos que vai voltar a repetir-se. O dinamarquês é incrível nas clássicas e consegue sempre somar vitórias em Grandes Voltas. A chegada de Jonathan Milan vai dar mais descanso nos sprints, o italiano é um grande talento.



Tao Geoghegan Hart chega para liderar no Tour de France, a equipa necessitava de um líder desta craveira, veremos se o britânico corresponde. Giulio Ciccone vai-se focar no Giro, sem nunca esquecer as clássicas, onde também estará Mattias Skjelmose. O jovem dinamarquês entra na temporada de confirmação e, em termos de Grandes Voltas, a Vuelta será o grande objetivo.

Andrea Bagioli poderá ser um joker importante nas clássicas, este final de temporada mostrou um italiano muito forte, capaz de ombrear com os melhores. Esperamos boas temporadas dos jovens Thibau Nys e Mathias Vacek, depois de um ano onde se ambientar ao World Tour.

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