Apesar dos mais de 200 quilómetros e com o Angliru no final os ciclistas partiram para esta 13ª etapa com muita vontade de atacar e andar rápido. Felix Gall chegou a estar descolado no meio da luta para entrar na fuga, que viu destacar-se um grupo bastante grande de 25 ciclistas, alguns dos nomes mais sonantes eram Ivo Oliveira, Mads Pedersen, Jefferson Cepeda, Antonio Tiberi, Remi Cavagna, Gianmarco Garofoli e Bob Jungels. Cedo se percebeu que o pelotão, nomeadamente a Visma, não iria baixar muito o ritmo e dar uma grande vantagem, andou muito tempo a rondar os 3 minutos.
Quando a primeira das 3 subidas chegou os fugitivos tinham 3:40 e uma média alucinante de 48 km/h e não havia tempo para descansar, o ritmo de Remi Cavagna deixou para trás alguns ciclistas, e uma aceleração de Bob Jungels deixou na frente apenas Tiberi, Cepeda, Garofoli e Nicolas Vinokourov, sempre com Mads Pedersen muito perto, isto enquanto a Q36.5 jogava as suas cartas no pelotão. Tiberi teve problemas na descida e nunca mais viria a recolar, Garofoli quebrou, Pedersen abdicou após o sprint intermédio e ficaram na frente apenas Jungels, Vinokourov e Cepeda durante a segunda subida.
O ritmo de Jay Vine desfez completamente o grupo dos favoritos no final do Alto del Cordal, cruzando o topo a 2:40 do trio de fugitivos e mais se aproximaram nas primeiras rampas do Angliru, com Ivo Oliveira ainda a dar uma ajudinha deixando para trás Torstein Traaen e Egan Bernal. Bob Jungels foi mesmo o último resistente num valente esforço, o luxemburguês foi só apanhado já nas rampas mais empinadas, a UAE hoje esteve impecável, com Ivo Oliveira, Jay Vine e até Felix Grossschartner, foi o ritmo do austríaco que quebrou Ciccone, Pellizzari, Gall e depois até Riccitello e Pidcock.
A 6 kms para o final passou para a frente João Almeida e a partir daí tudo mudou, o português subiu a ritmo até partiu o motor de Kuss e Hindley a 4,5 kms da meta, levando apenas na roda Jonas Vingegaard. O panorama no resto da subida foi sempre o mesmo, João Almeida na frente a forçar o ritmo e Vingegaard a resistir ao ciclista português, nunca ousou atacar e passar para a frente. João Almeida conhecia bem o final, sabia que tinha de entrar na frente na descida de aproximação à meta, acelerou e arriscou nas curvas e desta forma garantiu aquela que é a maior vitória da carreira, num local mítico.
Desta forma João Almeida aproximou-se em 4 segundos de Vingegaard, está agora a 46 segundos e afasta de uma forma substancial os rivais pelo pódio, ganhando algum tempo a Hindley e imenso a Pidcock.