As equipas apenas podem anunciar contratações a partir de dia 1 de Agosto, no entanto esta fase pré-Tour costuma ser profícua em rumores, que fazem correr muita tinta até serem confirmados. Entretanto nos últimos dias houve algumas renovações importantes, Jasper Philipsen rubricou um contrato até 2024 com a Alpecin-Fenix, numa equipa onde é claramente líder e onde até poderá perder a concorrência de Tim Merlier. Tal como noticiámos ontem, a Bora-Hansgrohe garantiu a manutenção de Lennard Kamna e Patrick Gamper para a próxima temporada e de Ben Zwiehoff para as próximas 2 épocas. Já a Trek-Segafredo conseguiu manter um dos principais activos, Jasper Stuyven, até 2025.
Este mercado vai, aparentemente, depender muito das opções estratégicas que a Ineos-Grenadiers faça. Tudo aponta para que o jovem holandês Thymen Arensman ingresse na formação britânica vindo da Team DSM, depois de ter mostrado uma excelente evolução este ano, particularmente no Giro. O perfil do corredor de 22 anos encaixa muito nos fundamentos que a Ineos-Grenadiers quer para um líder de Grandes Voltas, bom contra-relogista e com capacidade para seguir com os melhores e minimizar as perdas na montanha. Um ciclista mais parecido com Chris Froome ou Geraint Thomas (mesmo Bernal ou Martinez defendem-se bem no contra-relógio) e mais afastado do perfil de Adam Yates ou Richard Carapaz.
Por falar em Richard Carapaz, em princípio será um dos principais agentes e agitadores neste defeso. O equatoriano já protagonizou uma transferência sonante quando saiu da Movistar para ingressar na Ineos-Grenadiers em 2020. Desde então foi 2º na Vuelta, 2º no Tour e 2º no Giro, em épocas diferentes, ainda não logrou repetir o êxito do Giro 2019. Carapaz e o seu agente Giuseppe Acquadro procuram a melhor solução para as próximas épocas e de acordo com os últimos rumores há 3 propostas em cima da mesa.
A manutenção da Ineos-Grenadiers é uma possibilidade, mas pelo que se fala o equatoriano pretende ser o líder incontestado numa equipa, isto apesar de ter liderado a corrente equipas em 3 Grandes Voltas em 3 anos, sempre partindo com esse estatuto. Outra possibilidade seria um regresso à Movistar, que está à procura de um líder para fazer companhia a Enric Mas. Aí não teria a tal liderança incontestada e talvez ainda tivesse de viver o ambiente estranho que ficou aquando da sua saída. Existe ainda a tal terceira oferta, que seria o destino mais surpreendente de todos. A EF Education-EasyPost estará interessada na contratação de Richard Carapaz, tendo prometido montar uma equipa recheada de trepadores o vencedor do Giro 2019, onde estaria incluído Esteban Chaves. A equipa norte-americana não tem um grande líder, tanto Esteban Chaves como Hugh Carthy não têm conseguido cumprir esse papel na plenitude e Carapaz é dos líderes mais consistentes ao mais alto nível.
A Movistar não está potencialmente interessada somente em Richard Carapaz, tem em Carlos Rodriguez o grande alvo para 2023. Seria o cenário ideal para a grande equipa espanhola da actualidade, contar com o maior talento espanhol desta geração e algo que certamente seria do agrado do patrocinador principal. Rodriguez, de apenas 21 anos, foi 2º na Volta a França do Futuro em 2021, e esta temporada foi 3º na Volta à Comunidade Valenciana, 4º na Volta a Andaluzia, 2º na Route d’Occitanie e venceu 1 etapa na Volta ao País Basco, é um excelente trepador que precisa de melhorar no contra-relógio, muito parecido com Enric Mas em termos de características. De notar, que o jovem espanhol ainda tem um ano de contrato com a Ineos-Grenadiers.
No outro lado do espectro há também a dança da cadeira nos sprinters. A movimentação de Tim Merlier para a Quick-Step parece quase certa, é uma transferência que faz sentido para ambas as partes. Por isso mesmo a Alpecin-Fenix está à procura de um sprinter secundário, de preferência jovem com potencial para evoluir.
O alvo estará definido e será Kaden Groves, actualmente na BikeExchange, um homem rápido que evoluiu claramente em 2022 e ganhou etapas na Volta a Turquia e na Volta a Catalunha. Tapado na formação australiana por Dylan Groenewegen e Michael Matthews, na Alpecin-Fenix teria um bom comboio e a concorrência somente de Jasper Philipsen, que recentemente renovou. Teria a vantagem de um calendário mais adaptado às suas características