Chegamos a Itália! Após um dia de descanso, os ciclistas regressam à estrada e com a primeira etapa plana da competição. Dia para os puros sprinters brilharem. Será que Mads Pedersen vai vencer com a maglia rosa?

 

Percurso

O Giro entra em Itália pelo sul do país, com a etapa 4 a ter o seu início em Alberobello. 189 quilómetros com menos de 750 metros de desnível acumulado positivo fazem desta uma das etapas mais acessíveis de toda a prova. Os primeiros 39 quilómetros serão muito rápidos, quase sempre em descida com exceção de uma pequena subida que será a única contagem de montanha. A partir daqui, terreno quase sempre plano, apenas um pequeno topo onde fica localizado o sprint bonificado do dia.

O final em Lecce é feito em circuito, com os ciclistas a entrarem no mesmo à falta de 24 quilómetros e passando na meta com 12 quilómetros por percorrer. Falando do final, é algo técnico no seu quilómetro final. Depois de uma longa reta de quase 3 quilómetros, os ciclistas têm uma curva à direita a 1200 metros do fim antes de entrarem em nova reta, primeiro com curva para a esquerda e depois para a direita, antes da reta da meta. Curva de 90 graus para a esquerda e 300 metros, numa estrada com 8 metros de largura.



Táticas

Amanhã esperamos uma etapa muito simples em termos de guião. Fuga relativamente pequena, constituída pelas ProTeams italianas em busca de visibilidade na frente de corrida e a lutar pelos sprints intermédios/classificações secundárias. Grande parte das equipas têm um sprinter, vão preferir resguardar-se no pelotão e ajudar na perseguição. É dia para Visma, Lidl-Trek, Alpecin-Deceuninck e Soudal Quick-Step aparecerem na frente de corrida.

Relativamente ao final, com uma reta da meta tão curta é necessário estar entre os 5 primeiros na última viragem, caso contrário a vitória torna-se muito complicada. Não seria de estranhar ver alguém a arrancar depois da curva, tentando surpreender e aproveitar alguma desorganização que possa existir naquele momento da corrida.

 

Favoritos

Olav Kooij tem a sua primeira oportunidade de brilhar! O neerlandês vem focado em vitórias, é certo que não teve a preparação ideal já que fraturou a clavícula em março. Apesar de tudo, esta é uma etapa acessível, início de uma Grande Volta, as condições ideias para Kooij vencer. Contar com Wout van Aert também é fundamental, costumam formar uma boa dupla.

Não há duas sem três para Mads Pedersen. O dinamarquês iria adorar vencer de maglia rosa e somar mais uma vitória neste começo de Giro. Preferiria um dia muito mais duro, no entanto tem a seu favor o facto de ter uma equipa dedicada-se para si nos grandes momentos. O facto da reta da meta não ser longa também o pode ajudar, já que os puros velocistas não vão chegar embalados.



Outsiders

Sam Bennett tem tido uma temporada muito positiva, já com 4 triunfos. Numa Decathlon AG2R sem líder para a geral, o foco de amanhã estará no irlandês, com Tord Gudmestad a ser a peça-chave. Longe vão os seus tempos áureos mas se há alguém que ainda pode conquistar uma vitórai deste calibre é o epxeriente irlandês de 34 anos.

Sem um comboio definido, Milan Fretin terá que se desenvencilhar sozinho, no entanto isso não parece ser problema. O belga tem sido uma das revelações da temporada, várias vitórias conseguidas frente a concorrência importante e, por norma, sempre a seguir rodas. O final mais confuso e a curva antes da reta da meta podem jogar a seu favor.

Matteo Moschetti está a fazer uma temporada de grande nível, conseguirá vencer no “seu” Giro? Seria a cereja no topo do bolo de um ciclista que tem tido uma carreira com muitas lesões. 2025 tem trazido muitos triunfos, Moschetti tem revelado uma ponta final impressionante. Nem sempre se posiciona bem, mas com Emils Liepins a seu lado a história é outra.

 

Possíveis surpresas

Kaden Groves – uma equipa totalmente focada em si e que não o deve desiludir. Com um dos melhores comboios da prova (Jense Plowright, Timo Kielich e Edward Planckaert), o australiano estará muito bem colocado no momento das decisões, veremos se tem a ponta final dos seus rivais. AInda não venceu este ano, estará sob pressão.

Paul Magnier – os finais mais técnicos não são a sua praia, conta com Luke Lamperti para o guiar na fase final. Muito poderoso, o jovem francês quererá deixar marca logo na estreia em Grandes Voltas-

Max Kanter – numa XDS Astana a voar, o alemão tem de ser mencionado. Um ciclista muito regular mas que raramente vence, terá de ter um dia perfeito e esperar por falhas dos advesários.

Giovanni Lonnardi – mais um que é muito regular, anda sempre entre os primeiros lugares mas a vitória foge para outros. Preferiria um dia mais complicado mas o final técnico jogará a seu favor.

Casper van Uden – está a ter um ano complicado, tal como toda a Picnic PostNL. Muitas vezes perde-se do seu comboio, que até é bastante bom (Alex Edmondson e Bram Welten). Tem uma ponta final impressionante, tem é de correr tudo bem.



Gerben Thijssen – uma temporada para esquecer até ao momento. Apesar de tudo, o belga continua a ser muito rápido, e num pelotão sem as grandes estrelas pode sobressair. Em 2023 e 2024 bateu grandes nomes, talvez precise do click para voltar às boas exibições.

Corbin Strong – sólido candidato ao top-10 mas numa etapa tão simples será difícil pedir mais ao neozelandês da Israel-Premier Tech.

Orluis Aular – dois 3º lugares conseguidos em duas chegadas ao sprint, só que em pelotão mais reduzida. Amanhã a história será outra, se terminar entre os 10 melhores já será bom.

Maikel Zijlaard – normalmente atua como lançador de Arvid de Kleijn, terá a oportunidade de brilhar. Nem sempre os lançadores conseguem mudar o chip mas por outro lado sente a motivação por poder disputar um sprint deste calibre.

Matevz Govekar – por vezes consegue grandes resultados, até já venceu chegadas ao sprint no World Tour. Ainda sem resultados de relevo em 2025, o esloveno precisa de mostrar serviço.

 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Enrico Zanoncello e Davide de Pretto.

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