A digressão pelo Médio Oriente ganhou, este ano, uma nova prova, a Volta aos Emirados Árabes Unidos, que é uma junção de algumas das competições que já existiam. Rui Costa estará presente e parte com ambições.



 

Percurso

Tudo começa com um contra-relógio coletivo de 16 quilómetros na ilha de Hudariyat. As curvas são praticamente inexistentes, sendo que as que existem são pouco pronunciadas e feitas num longo “U”. Perfeito para as equipas especialistas neste tipo de esforço.

A segunda tirada oferece a primeira oportunidade para os sprinters. 180 quilómetros praticamente planos com chegada a Abu Dhabi, onde o final é bastante simples de explicar dado que os últimos 3000 metros são feitos em linha reta.

O último dia no Emirado de Abu Dhabi faz-se com uma das chegadas em alto competição. A subida de Jebel Hafeet é já conhecida por muitos, pois era onde se faziam as grandes diferenças no antigo Abu Dhabi Tour. Após 169 quilómetros planos, os ciclistas apanham 10,8 quilómetros a 6,6% com rampas a 11%.





O Dubai Tour começa a ser “recordado” na 4ª etapa, com a também tradicional chegada a Hatta Dam, um autêntico muro. Esta é a tirada mais longa da competição, quase 200 quilómetros e é também o dia que apresenta um maior desnível (2446 metros). Apesar de duas subidas, tudo se vai decidir em Hatta Dam (200 metros com inclinações entre os 12% e 17%), onde os puncheurs devem sorrir.

Após etapas muito conhecidas, o pelotão entra no anonimato, com a incursão no deserto. A 5ª etapa tem chegada em Khor Fakkan. Apenas uma subida longa, mas nada inclinada, está no menu pelo que os sprinters devem ter mais uma oportunidade para brilhar. Nos últimos 4 quilómetros existem 3 rotundas, a última delas a 1700 metros da chegada, sendo que a partir desse momento não existem dificuldades para os comboios.

Jebel Jais entra pela primeira vez no ciclismo para ser a segunda chegada em alto do UAE Tour. Fazendo quase fronteira com Oman, esta é a última chance para se fazerem diferenças na classificação geral. A subida tem 16,8 quilómetros a 5.5%, sendo que a segunda metade é a mais dura, com dois quilómetros a rondar os 7%.

Se Abu Dhabi recebeu as etapas inaugurais, o UAE Tour só poderia terminar no Dubai. Esta é a etapa que tinha vindo a ser usada como a última tirada do Dubai Tour e onde os sprinters vão voltar a batalhar pela vitória. Com apenas 145 quilómetros, esta é a etapa mais curta da prova. Este é o final mais técnico de todos, com duas curvas bastante apertadas aos 1300 e 500 metros para a chegada, que é feita num empedrado bastante suave.

 

Favoritos

Esta é daquelas competições onde não há muita táctica possível, é dar tudo no contra-relógio colectivo e nas 2 chegadas ao alto e tentar evitar cortes na jornada de Hatta Dam. Há aqui uma boa mistura entre grandes nomes que fazem a sua estreia na temporada e ciclistas já com algum ritmo.



Alejandro Valverde será dos poucos ciclistas que nesta fase da época já tem 10 dias de competição. Até agora sempre em Espanha soma 5 pódios, mas ainda não festejou na camisola de campeão do Mundo. O facto de nas chegadas em alto não haver outras montanhas senão aquelas que coincidem com o facto beneficiam o espanhol e a Movistar não perderá imenso tempo no contra-relógio colectivo.

Primoz Roglic costuma iniciar a época mais cedo e sempre com bons resultados em Fevereiro. O esloveno escolheu começar no UAE Tour em 2019, já perto de Março, para chegar mais fresco ao Giro e ao Tour. A Jumbo-Visma vem aqui com uma excelente equipa, grandes roladores para o 1º dia e Laurens de Plus para escudar Roglic na montanha.

 

Outsiders

É verdade que na Team Sunweb há Tom Dumoulin, mas porque não pensar que a equipa vai dar aqui uma chance a Wilco Kelderman, já que o holandês terá de trabalhar para Dumoulin noutros objectivos maiores? Kelderman conhece a subida de Jebel Hafeet, foi 5º lá em 2018 para fazer 2º na geral do Abu Dhabi Tour.

Não haver contra-relógio individual é o cenário perfeito para Daniel Martin, que tem 2 chegadas em alto para fazer diferenças. A UAE Team Emirates está a andar muito bem neste início de época e tem aqui uma equipa capaz de defender o irlandês no 1º dia.

Emanuel Buchmann começou em grande a temporada, com um 1º e um 2º lugar nas clássicas de Maiorca. Em ambos os dias andou ao ataque e as provas de 1 semana são a sua praia. Ainda não é propriamente um dos ciclistas mais marcadas no pelotão internacional e tem bons ciclistas na montanha ao lado dele.



 

Possíveis surpresas

Obviamente a aposta da Team Sunweb pode ser Tom Dumoulin, é conhecida que a equipa tem sempre um plano muito claro e que não gosta nada que os seus ciclistas fujam ao plano. Vincenzo Nibali estará à partida, mas acreditamos que o Tubarão de Messina ainda apareça aqui longe da sua melhor forma, já nos habituou a isso no início de época. Tal como a UAE, a EF Education First também tem superado as expectativas em Fevereiro, veremos o que Tejay van Garderen poderá fazer. Há várias equipas com 2 opções, Richie Porte e Bauke Mollema na Trek-Segafredo, David Gaudu e Sebastien Reichenbach na Groupama-FDJ e até Gianni Moscon e Michal Kwiatkowski na Team Sky. A própria UAE também tem Rui Costa para fazer companhia a Daniel Martin. Outros nomes pesados para a montanha serão Ilnur Zakarin, Tony Gallopin, possivelmente Remco Evenepoel, e da maneira como estão a andar em 2019, metade da equipa da Astana.

 

Super-Jokers

Os nossos super-jokers são Bjorg Lambrecht e Gorka Izagirre.

 

Tips do dia

Para a geral: Wilco Kelderman melhor que Bauke Mollema -> odd 1,50

Para a etapa 1: Team Sky melhor que CCC Team -> odd 1,50

Para a etapa 1: Deceuninck-QuickStep melhor que Mitchelton-Scott -> odd 1,83

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