Mitchelton-Scott's British cyclist Simon Philip Yates celebrates on the podium after winning the 73rd edition of "La Vuelta" Tour of Spain cycling race in Madrid on September 16, 2018. - Simon Yates stepped out of the shadows of British cycling giants Sky to secure his maiden Grand Tour triumph at the Tour of Spain for his Mitchelton team. (Photo by BENJAMIN CREMEL / AFP) (Photo credit should read BENJAMIN CREMEL/AFP/Getty Images)

A Mitchelton-Scott teve, em certos aspectos, a sua melhor temporada de sempre. Foi a confirmação da mudança na tipologia da equipa.Aquela que começou por ser uma formação que apostava nas clássicas e nos sprints, passou a apostar quase tudo nas classificações gerais das Grandes Voltas e afirmou-se precisamente aí. Pela primeira vez na sua história,triunfou numa prova de 3 semanas.

O autor desse feito foi Simon Yates. Já em Maio o ciclista britânico tinha ameaçado, ao dominar durante 2 semanas o Giro, somando mesmo 3 vitórias em etapas. No entanto, com tantos contra-relógios, o desgaste à procura de ganhar vantagem sobre Chris Froome e Tom Dumoulin foi demasiado. No entanto, na Vuelta, tanto Simon Yates como a Mitchelton-Scott mostraram que aprenderam a lição, que é necessário gerir muito bem as forças e as energias e fizeram uma Vuelta praticamente sem falhas. Simon Yates também foi 2º no Paris-Nice, 4º na Volta a Catalunha e 2º na Volta a Polónia. Foi claramente um dos ciclistas do ano.

Houve mais ciclistas em muito bom plano. Tanto no Giro, como na Vuelta, Simon Yates bem pode agradecer a ajuda de Jack Haig. O australiano,2º na Volta a França do Futuro em 2015, foi incansável e muito consistente. Nãotanto na alta montanha, mas Damien Howson também trabalhou imenso, e de uma forma muito visível. Daryl Impey também conseguiu a sua melhor temporada,ganhou no Tour Down Under, sagrou-se duplo campeão nacional e ainda ganhou 1 etapa no Criterium du Dauphine. E Roman Kreuziger andou muito apagado, mas como é seu apanágio, apareceu sempre nas maiores competições, ao ser 2º na Amstel Gold Race, 4º na Fleche Wallonne e 8º na Liege-Bastogne-Liege.

No entanto, alguns corredores pioraram o seu rendimento face a anos anteriores e face ao esperado. Matteo Trentin foi muito irregular,esteve muito mal nas clássicas e só somou 2 triunfos ao longo do ano, 1 deles o campeonato europeu de estrada ao serviço da selecção italiana. Adam Yates falhou nos momentos decisivos, ficou com a liderança no Tour e não conseguiu corresponder, após ter estado bem nas provas de 1 semana. Esteban Chaves continua uma sombra de si mesmo, e desapareceu psicologicamente e fisicamente após o brilharete de 2016. Luke Durbridge estagnou e não conseguiu apresentar a evolução que se lhe augurava nas clássicas. Por fim, 3 vitórias, só 1 delas no World Tour, para um sprinter com os pergaminhos de Caleb Ewan é manifestamente pouco, e o sprinter australiano acabou por ser dispensado.

E essa é mesmo a principal mudança, Caleb Ewan saiu, saindo também o principal sprinter da equipa, sendo que agora Matteo Trentin e LukaMezgec ficam com essa responsabilidade (apesar de estarem num patamar inferiora Ewan). A política de contratações foi muito clara, uma renovação a pensar no apoio aos homens da classificação geral. Primeiro, 2 jovens contrarrelogistas,com muita margem de progressão (Callum Scotson e Edoardo Affini), depois outro jovem, Nick Schultz, mais virado para a média montanha. E ainda 2 corredores experientes como Dion Smith e Brent Bookwalter, muito completos,para ajudar em todo o tipo de terreno. Tsgabu Grmay é uma contratação que não entendemos muito bem, pois aos 27 anos já passou por muitas equipas sem grandes resultados de referência.

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