O Movimento por um Ciclismo Credível, mais conhecido por MPCC, é uma das principais organizações que defende que o ciclismo é um desporto limpo. Entre muitos outros, um total de 7 equipas World Tour, 20 Profissionais Continentais e 9 Continentais pertencem a este movimento.
Num artigo publicado esta semana, o MPCC publicou um estudo realizado onde se comprova que o ciclismo não é nem de perto nem de longe, o desporto onde o doping está mais presente. No cômputo geral, Portugal conta um novo caso de doping e 3 novos casos de corrupção, bem distante dos 131 nos Estados Unidos da América.
Em 2018, o ciclismo aparece no 9º lugar entre o ranking de doping, com um total de 17 casos, bem longe dos 98 casos do atletismo, 83 no basebol, 74 no halterofilismo e os 41 da equitação. De realçar que estes dados são referentes apenas aos casos que foram confirmados pelas respetivas federações relativos a atletas federados.
Olhando com mais detalhe para o ciclismo, pode-se concluir que dos 17 casos, 2 são de ciclistas World Tour, 4 de ciclistas Profissionais Continentais, 4 de ciclistas Continentais e 7 de outros ciclistas. O ciclismo masculino é quem abrange a maioria dos casos, com um total de 15. Comparativamente com outros anos, o número de casos tem diminuído, o que é um bom sinal para a modalidade.
Não só o doping é tido em conta neste estudo. A corrupção no desporto tem aumentado exponencialmente, principalmente devido à combinação de resultados e desonestidade financeira. O ciclismo não é um dos desportos em que estes casos têm sido revelados e, num total de 136 casos de corrupção, é o futebol o desporto que leva mais vantagem neste parâmetro, sendo que é nos Estados Unidos, Rússia e Índia que se praticam a maioria destes crimes.
Sabe-se que é verdade que o número de casos de doping tem vindo a aumentar de ano para ano. No entanto, não podemos considerar que, nos tempos atuais, os atletas se dopam mais que anteriormente, mas sim as Federações estão a revelar cada vez mais os casos de doping, não os escondendo, levando a uma comunicação mais transparente. Para se ter uma noção, há 5 anos atrás apenas 20 Federações revelavam os seus casos de doping, sendo que no ano transato foram um total de 50.
Este é um crescimento enorme, que leva também o ciclismo a desaparecer do topo da hierarquia, uma vez que anteriormente apenas as Federações onde o ciclismo era uma modalidade com bastantes atletas federados comunicavam os seus dados. O ciclismo não é o desporto que muitos pensam ser!