O final de cada temporada significa o término do vínculo contratual de muitos ciclistas às suas equipas. Se numa época normal costumam existir diversos corredores que chegam a janeiro ainda em busca de contrato, devido a épocas menos conseguidas, lesões ou até mesmo decisões técnicas das equipas, 2020 foi ainda mais atípico, uma vez que com menos competição, muitos ciclistas não conseguiram competir tanto quanto queriam.



Dentro dos ciclistas World Tour, Mihkel Raim é quem se destaca. O sprinter estónio é sinónimo de bons resultados, vence sempre desde 2016 e consegue muitos mais resultados dentro do top-10. Com 27 anos, e depois de 5 anos na Israel Start-Up Nation, Raim ainda tem qualidade para dar e vender. É de estranhar como ainda não assinou como nenhuma equipa. A equipa israelita também não renovou com Daniel Navaro, em tempo um gregário importante de Alberto Contador, e Patrick Schelling, trepador helvético de 30 anos.

Jay McCarthy é, talvez, o outro grande nome ainda à espera de um contrato. O australiano anda sempre bem nas provas no seu país, tem sempre bons resultados no Tour Down Under e Cadel Evans Great Ocean Road Race, mas falta-lhe outra regularidade nas competições europeias. Um bom puncheur, deixou a Bora-Hansgrohe depois de 4 temporadas. Neste momento, recupera a uma operação ao joelho, depois de uma grave queda na Vuelta.



Mudamos de terreno e para um ciclista combativo, de nome Stephane Rossetto. O francês de 33 anos tem um motor muito bom, capaz de imprimir ritmos muito fortes no pelotão. Bom contra-relogista, consegue passar a média montanha com alguma facilidade e seria, sempre, uma das vozes de experiência da sua nova equipa.

A Cofidis também deixou sair Marco Mathis e Julien Vermote, o primeiro um contra-relogista e o segundo um ciclista de clássicas e um bom gregário no plano, em tempos, um ciclista de confiança de Mark Cavendish e Marcel Kittel. Vermote chegou a ter propostas da  Intermarché-Wanty-Gobert e Alpecin-Fenix mas nenhuma delas se concretizou.

Acreditamos que a saída de Miguel Angel Lopez da Astana fez com que o colombiano Hernando Bohorquez não renovasse com a equipa cazaque. O trepador de 28 anos era um fiel companheiro de Superman Lopez e, numa renovação clara da equipa asiática ficou sem espaço. Daniil Fominykh deu espaço a outros ciclistas do Cazaquistão, após 7 temporadas na formação do seu país, ele que já afirmou que tem várias propostas em análise.



O fim da CCC Team levou a que os seus ciclistas tivessem que encontrar uma nova equipa para 2021. É certo que quase todos eles já o fizeram, no entanto ainda há 3 nomes ainda na busca de um ordenado ao final do mês. Falamos de Michal Paluta (campeão polaco em 2019), Guillaume van Keirlsbulck (em tempos um promissor ciclista de clássicas do empedrado) e Francisco Ventoso (veterano espanhol de 38 anos). A NTT Pro Cycling também teve o seu futuro indefinido e levou a que Danilo Wyss, suíço de 35 anos também ainda esteja sem contrato.

Grega Bole e Will Clarke são os últimos corredores do World Tour em 2020 ainda sem vínculo laboral para 2021. O esloveno esteve nas últimas 4 temporadas na Bahrain-McLaren, transformou-se de um sprinter/lançador, num gregário mais completo. Veremos se, aos 35 anos, regressará ao seu país. Com também 35 anos, o futuro é, ainda, uma incógnita para Will Clarke, um especialista em prólogos que nas várias temporadas no escalão máximo raramente deu nas vistas.



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