Alpecin-Deceuninck – 19

Mathieu van der Poel foi um dos protagonistas das 2 primeiras semanas desta Volta a França, ganhou 1 etapa, andou de amarelo, perdeu a camisola e recuperou-a por muito pouco após uma fuga onde deu tudo o que tinha, diria que até agora foi o melhor Tour da carreira do astro holandês pela influência e protagonismo que teve ao longo da competição. Ainda se envolveu numa aventura a 2 com o seu colega Jonas Rickaert que por muito pouco também não resultou em vitória.

Jasper Philipsen foi para casa mais cedo devido a uma queda na etapa 3, num incidente que também envolveu Bryan Coquard no sprint intermédio e desta forma o objectivo da camisola verde, bem encaminhado depois de triunfar na 1ª etapa do Tour, caiu por terra.

Kaden Groves foi tendo oportunidades de sprintar, sempre competitivo e na penúltima etapa voltou a mostrar que é muito mais do que um puro sprinter e completou desta forma o pleno de carreira no que toca às vitórias em Grandes Voltas. Mais um Tour brilhante, para não variar, da Alpecin.




Arkéa-BB Hotels – 15

Uma das grandes surpresas da corrida pela positiva e nunca pensei que assim fosse, sempre julguei que a melhor opção seria Kevin Vauquelin perder algum tempo e tentar a sua sorte em fugas, o que é certo é que a formação gaulesa julgou muito bem a situação. Vauquelin chegou em muito boa forma e aproveitou os primeiros 10 dias perfeitos para as suas características para ganhar muito tempo aos rivais na luta pelo top 10, as circunstâncias também jogaram muito a favor desta aposta, João Almeida, Skjelmose e Evenepoel desistiram, Mas, Jorgenson e O’Connor perderam imenso tempo.

Depois a equipa uniu-se em redor do francês que aguentou muito bem na montanha, medindo sempre os seus esforços evitando os choques e as grandes acelerações e nesse campo destaque para a dupla espanhola composta por Cristian Rodriguez e Raul Garcia Pierna que muito o ajudaram a obter o 7º lugar final. Um bom exemplo da solidez deste bloco foi o 4º lugar obtido na classificação colectiva.

No espectro oposto vamos só dizer isto, alguém se lembra que Arnaud Demare esteve no Tour?

 

Bahrain – Victorious – 7

Não foi incrível por parte da Bahrain, que viu Lenny Martinez passar grandes dificuldades logo no início do Tour antes de ser o grande rival de Tadej Pogacar na luta pela montanha. Este foco na camisola das bolinhas retirou-lhe qualquer hipóteses de lutar por etapas por causa da energia que ia despendendo e apesar de no geral ficar uma boa impressão, de um ciclista lutador e combativo, no final fica muito pouco sumo em termos de resultado.

Santiago Buitrago, vencedor de etapa no Giro, pódio em Monumento, foi uma desilusão. Só esteve perto na etapa do Mont Ventoux, desde cedo se percebeu que não iria estar na luta pelo top 10 quando seria expectável isso pelos nomes que lá terminaram e a última semana então foi muito má. Fred Wright tentou 2 ou 3 vezes, Matej Mohoric lá apareceu em Paris e Phil Bauhaus obteve um pódio a abrir e depois mal se viu, sempre muito desapoiado nos finais. A Bahrain parece, neste momento, uma equipa um bocadinho sem rumo e a precisar de uma renovação.

 

Cofidis – 4

Quem tenha lido a nossa antevisão sabe certamente que as nossas expectativas sobre a Cofidis eram baixas e a estrada provou a razão disso mesmo. Neste momento é uma das equipas mais fracas do World Tour e muito provavelmente vai mesmo descer de divisão a continuar com estes resultados, e atenção, trouxeram aqui um alinhamento quase na máxima força. Bryan Coquard até tinha algumas chegadas boas para ele no papel, o melhor que conseguiu foi um 7º lugar e depois abandonou ao partir 2 dedos da mão a apanhar um abastecimento.

Falava-se num possível top 10 de Emanuel Buchmann, o alemão foi 30º e só por 1 vez esteve entre os 20 melhores numa etapa, Alex Aranburu, um especialista em média montanha só por 1 vez esteve na fuga e imagine-se lá, foi no Mont Ventoux, depois não me lembro de ver Ion Izagirre e Dylan Teuns em prova.

 

 

Decathlon AG2R La Mondiale Team – 14

Felix Gall melhorou o 8º lugar de 2024 e terminou o Tour em 5º, cumprindo assim o objectivo global da equipa, o austríaco foi super consistente na alta montanha e foi aproveitando os dias menos bons da concorrência para ir subindo lugares. Foi chave resistir a uma primeira semana complicada para as suas características, mas quando antes da etapa do Hautacam ele estava em 11º, estava a adivinhar-se uma boa subida ainda na geral.

Sem ter uma super equipa Gall foi bem protegido por Naesen e Tronchon no terreno plano e depois contou com Aurelien Paret-Peintre e principalmente com um incansável Bruno Armirail na montanha, sendo que Armirail ainda foi 4º no contra-relógio de Caen.

 




EF Education – EasyPost – 16

Nas últimas Grandes Voltas os comandados de Jonathan Vaughters têm conseguido cumprir as expectativas e este Tour não foi excepção, com o irlandês Ben Healy a assumir o papel de galinha dos ovos de ouro. Foi um Tour de loucos por parte de Healy, terminou a 5ª etapa em 33º a 7:30 antes de somar mais uma brilhante vitória a solo, depois foi para mais uma fuga e assumiu a liderança do Tour por 1 dia antes de levar 13 minutos no Hautacam. Depois reencontrou-se e usou a etapa do Mont Ventoux para subir novamente ao top 10, que manteve a muito custo ao perder tempo no Col de la Loze. Ainda assim, 1 vitória em etapa (mais 2 pódios), 9º lugar da geral para um ciclista que está longe de ser um voltista é um sonho.

O resto da equipa foi fazendo uma corrida sempre em prol de Healy, ao ajudar o irlandês ou nas fugas ou a minimizar perdas nas etapas de alta montanha, nomeadamente Neilson Powless, Alex Baudin e Harry Sweeny.

 

 

Groupama – FDJ – 10

Creio que olham para o top 10 e saem do Tour desiludidos e com a sensação de quem Guillaume Martin deveria estar lá pela sua capacidade e pelo seu historial. O consistente francês foi 16º e para além de pernas faltou a habilidade de ler a corrida e escolher as fugas certas para entrar e ganhar tempo face aos rivais. Havia grandes esperanças depositadas em Romain Gregoire e o gaulês fez 3 top 5 talvez nas 3 etapas que melhor se adaptavam às suas características, só na primeira semana era impossível bater Pogacar e van der Poel e depois na etapa 20 era uma grande lotaria, Gregoire impressionou na 1ª semana não tendo colhido os frutos disso.

A Groupama-FDJ trouxe um comboio de sprinters completamente novo para este nível, Penhoet fez 3 top 10’s e Russo acrescentou mais 2 a essa contagem e Valentin Madouas entra para a categoria de ciclistas abaixo das expectativas neste Tour.

 

INEOS Grenadiers – 14

Bem podem agradecer a Thymen Arensman, um corredor que pouco diriam que iria salvar o Tour da Ineos-Grenadiers. Geraint Thomas cumpriu discretamente o último Tour da carreira, Axel Laurence mostrou vontade e tentou seguir os melhores na média montanha, por vezes explodindo de forma espectacular e Ganna foi o abandono da primeira etapa, retirando qualquer possibilidade do italiano ganhar o contra-relógio.

Com Carlos Rodriguez muito longe do seu melhor nível na luta pela geral (o espanhol até poderia eventualmente fechar no top 10, mas viria a ser obrigado a abandonar por queda), a única alternativa consistiu em apostar em fugas. E dessa forma, Thymen Arensman aproveitou que estava sem grande pressão de vir lutar pela geral para fazer uma primeira ameaça no dia em que ganha Simon Yates e depois concretizar essa ameaça em Superbagnéres, colocando posteriormente a cereja no topo do bolo em La Plagne, quando termina mesmo à frente de Vingegaard e Pogacar.

 

Intermarché – Wanty – 8

A magia do Tour 2024 não voltou a acontecer e isso não se estendeu só a Biniam Girmay. No ano passado o eritreu chegou à Volta a França sem grandes resultados e brilhou, a aproximação este ano foi semelhante, só que desta vez foi a desilusão a reinar. Girmay lutou muito, foi a todos os sprints intermédios, no entanto nunca esteve realmente competitivo nos sprints em pelotão compacto, só mesmo no primeiro dia fez pódio, quando houve uma queda a reduzir o número de sprinters. Depois disso não conseguiu mais nenhum top 5 e só fez 3º na classificação colectiva por causa dos sprints intermédios.

Grande parte do colectivo foi levado em prol de Girmay para fazer um comboio e os perfis fora deste enquadramento tiveram muito azar, Zimmermann abandonou a meio e Louis Barré caiu e ficou muito condicionado para grande parte da competição.




Israel – Premier Tech – 6

Senti que foi uma equipa indecisa na abordagem e que muito tentou para se destacar. Nos sprints a estratégia de trazer Ackermann e Stewart não deu resultado, nenhum lançou o colega de equipa, o alemão somou 2 top 10’s, enquanto Stewart só apareceu mesmo na penúltima etapa. Blackmore não esteve ao nível desejado na primeira semana e Lutsenko foi uma miragem do que já fez no passado, quando estava ao serviço da Astana.

Não vimos o habitual estilo ofensivo de Krists Neilands ao longo das 3 semanas e Michael Woods parece estar a acusar os 38 anos de idade, teve muita dificuldade em mostrar-se competitivo na montanha, mesmo tendo liberdade para procurar etapas pelo atraso que tinha na geral.

 

 

Lidl – Trek – 17

Continua a afirmar-se como uma das potências do ciclismo mundial, num nível secundário logo atrás de UAE e Visma. Chegaram com uma ideia muito clara do que queriam fazer e alcançar e assim tudo é mais fácil, saem do Tour com a camisola verde graças a Jonathan Milan, com o poderoso sprinter italiano a assinar também 2 vitórias pelo caminho. Teve de suar, curiosamente perante um Tadej Pogacar em modo caníbal praticamente selou a conquista da camisola verde por causa dos sprints intermédios. Milan somou também mais 2 pódios e deve muito a um comboio brilhante composto por Stuyven, Theuns e Consonni, que invariavelmente o deixaram bem posicionado.

Skjelmose chegou numa perspectiva de eventualmente ganhar etapas e ver o que conseguia fazer, abandonou por queda antes da última semana, onde se sentiria mais confortável, Thibau Nys leva daqui muitas aprendizagens, sobreviveu a um Tour rapidíssimo onde caiu logo na 1ª etapa e Quinn Simmons foi um dos protagonistas do Tour, trabalhou incansavelmente em prol do colectivo e por 2 vezes esteve muito próximo de triunfar nas fugas, o problema chamou-se Ben Healy.

 

Lotto – 8

Uma estrutura com poucos recursos e que mesmo assim apostou quase tudo aqui no Tour trazendo um trio composto por Arnaud de Lie, Jenno Berckmoes e Lennert van Eetvelt. Berckmoes chegava confiante depois de bons resultados em provas menores e ainda fez um top 10, chegou a alta montanha e de uma forma natural eclipsou-se.

Arnaud de Lie vinha com imensas dúvidas em seu redor e os primeiros dias confirmaram isso, quando parecia que se encaminhava para mais uma desilusão este ano de repente apareceu em Laval, fez 5º e seguiram-se mais 3 top 5’s, incluindo um pódio no meio de uma atitude bastante ofensiva, ainda fez cerca de 400 pontos UCI para a Lotto.

Já Lennert van Eetvelt foi um completo fantasma nesta corrida, o talentoso belga continua com problemas relacionados com lesões desde Março, veremos como se apresenta na Vuelta daqui a cerca de 1 mês se conseguir alinhar na última Grande Volta do ano.

 

Movistar Team – 7

Enric Mas e o Tour não combinam. O espanhol nem começou mal mas foi-se afundando com o passar dos dias até abandonar na etapa 18, já começando a pensar na Vuelta. Einer Rubio tentou remar contra a maré, o trepador colombiano esteve em fuga em 3 das mais difíceis etapas de montanha e termina apenas com um 5º lugar no Col de la Loze. Ivan Romeo, em estreia nas Grandes Voltas, esforçou-se, tentou algumas fugas mas foi um Tour de aprendizagem.

Quando aos restantes, Gregor Muhlberger mostrou alguma regularidade mas é muito pouco para a Movistar. Pablo Castrillo e Ivan Garcia Cortina mal se viram durante as 3 semanas. Nelson Oliveira teve mais uma Grande Volta de muito trabalho, terminando o 9º Tour em 9 participações.

 




Red Bull – BORA – hansgrohe – 16

A estreia no Tour de France não podia ter corrido melhor a Florian Lipowitz. O alemão foi de menos a mais, não teve qualquer percalço e termina com um fabuloso 3º lugar e a conquista da classificação da juventude. Trazia a confiança do Dauphiné, chegou a ter a ameaça de Oscar Onley mas levou a melhor. Até pode parecer estranho mas Primoz Roglic fez a sua melhor Volta a França desde 2020, não caindo, chegando ao final em 8º. Sem nunca ameaçar os primeiros lugares, o esloveno arriscou tudo nos últimos dias quando estava em 5º, mostrando um espírito muito combativo.

Esperavamos mais de Jordi Meeus que, na realidade só sprintou duas vezes, conquistando 1 pódio pelo caminho. Um ciclista de grandes momentos que trazia Danny van Poppel como lançador, devia ter feito mais. Aleksandr Vlasov continua a sua temporada fraca, esteve no apoio aos líderes e nem sempre foi destaque, e esperavamos ver mais de Laurence Pithie.

Soudal Quick-Step – 17

A equipa belga vinha com dois objetivos e teve que se transformar ao longo da prova. Remco Evenepoel estava em 3º e liderava a juventude quando abandonou durante a etapa 14, sendo que até lá já tinha ganho uma etapa. Apesar de tudo, nunca pareceu estar na discussão, estava em pior condição que no ano passado. Valentin Paret-Peintre teve mais liberdade e aproveitou de forma magnífica na etapa do Mont Ventoux, com uma exibição brilhante, sendo que tem de agradecer bastante a Ilan van Wilder.

Tim Merlier esteve em grande nível. Podemos dizer que nas únicas duas vezes que o campeão da Europa teve condições para sprintar acabou a vencer, isto com pouco apoio é de louvar e enaltecer. Maximilian Schachmann esteve relativamente discreto, mesmo depois de ter mais liberdade para estar em fugas.

 

Team Jayco AlUla –  12

Ben O’Connor continua a alternar as grandes exibições com dias péssimos e salvou o Tour com um triunfo épico no Col de la Loze. Subiu ao top-10 nesse dia mas não se conseguiu manter por causa de uma fuga, o espelho de uma temporada de altos e baixos. Luke Plapp e Eddie Dunbar mal se viram nas fugas, teve de ser o combativo Mauro Schmid a aparecer, fazendo 2º em Toulouse.

Nas chegadas rápidas, Dylan Groenewegen continua a sua temporada para esquecer. Alguém deu pela presença do neerlandês? Nem com metade da equipa focada em si, Groenewegen se conseguia posicionar em condições ideais para estar na disputa, terminando sem qualquer top-10! Muito, muito fraco.

 

 

Team Picnic PostNL – 17

“Tradicionalmente é uma equipa que surpreende e que nas Grandes Voltas costuma maximizar o que tem.” Foi desta forma que começamos a nossa previsão da equipa neerlandesa e parece que estávamos a adivinhar mais uma grande exibição. Este ano coube a Oscar Onley fazer o brilharete, ele que até agora não tinha mostrado esta regularidade, acabando em 4º e lutando pelo pódio até ao fim. Frank van den Broeck mostrou ser um grande gregário e mesmo Warren Barguil aparecia nas montanhas.

Nos sprints, Pavel Bittner e Tobias Lund Andresen dividiram as oportunidades, conseguindo 2 top-10 cada um, sendo que o dinamarquês até somou um pódio. Para dois jovens, contra esta concorrência são resultados promissores.

 

Team TotalEnergies – 15

Era impensável pensar ver Jordan Jegat no top-10 final deste Tour. O francês fintou todas as probabilidades, aproveitou algumas fugas para ganhar tempo (uma estratégia já vista noutras ocasiões) e, no final, consegue um grande resultado quando já ninguém pensava que fosse possível uma vez que o conseguiu já depois da alta montanha. Na teoria, Jegat nem é o principal trepador da equipa, era Steff Cras mas o belga foi forçado a abandonar devido a doença … mais uma vez o azar este presente.

Emilien Jeanniere não teve oportunidades mas com muito azar à mistura, teve uma queda feia logo a abrir e foi para casa. Anthony Turgis ficou como o sprinter da equipa e, longe de ser um homem rápido, ainda foi 5º na classificação por pontos. De resto, a habitual combatividade, com destaque para Mathieu Burgardeau e Matteo Vercher.

 




Team Visma | Lease a Bike – 18

Se formos olhar para as expectativas e para os resultados finais, não foi o melhor Tour da equipa neerlandesa. Jonas Vingegaard vinha para vencer a prova e acaba em 2º, sem nunca ameaçar o primeiro lugar de Tadej Pogacar. Só por uma vez pareceu tão forte como o esloveno, na grande batalha que tiveram no Mont Ventoux, nas restantes poucas vezes teve a ofensiva. Sai com mais um 2º lugar (o 3º da carreira)  e sem vitórias em etapa. A Visma tentou correr de uma forma ofensiva mas nem sempre as táticas foram as mais certas, especialmente na etapa do Col de la Loze, o que também não ajuda a valorizar a prestação. Apesar de tudo, as boas exibições coletivas valeram o triunfo na classificação por equipas.

Matteo Jorgenson esteve muito abaixo do esperado, não conseguiu ser o apoio de Vingegaard precisa, apareceu apenas a espaços, principalmente nas etapas decisivas. Sepp Kuss mostrou uma melhor versão mas continua a ser curto. Simon Yates aproveitou uma oportunidade para vencer uma chegada em alto, sempre muito pragmático. Tiesj Benoot e Edoardo Affini cumpriram. A grande revelação foi, sem dúvida, Victor Campenaerts, o belga está a subir melhor que nunca, por vezes até aguentava mais que alguns trepadores da equipa e continua a ter uma capacidade impressionante como rolador.

Por fim, Wout van Aert conseguiu salvar o seu Tour no último dia. Não estava a ser a melhor Volta a França, algumas tentativas falhadas, ataques mal medidos, nem sempre no apoio por falta de capacidade, até à última etapa onde se transformou e vimos o velho Wout van Aert. Exibição fenomenal para vencer nos Campos Elísios pela 2ª vez na carreira e ser o único ciclista que colocou Pogacar em dificuldades. Não deixa de ser irónico.

 

Tudor Pro Cycling – 11

Em estreia no Tour, a equipa de Fabian Cancellara não passou despercebida. Julian Alaphilippe foi muito combativo, tentou por diversas vezes mas já não é o mesmo LouLou de outras épocas, precisava de ser mais calculista. Mesmo assim, 3 top-10, incluindo um pódio. Alberto Dainese tentou nos sprints, terminando com 2 top-10, Marius Mayrhofer era o seu apoio e ainda conseguiu um top-10, Matteo Trentin esteve entre os melhores a abrir e a fechar e Michael Storer foi a aposta na montanha. Uma mão cheia de fugas, dois top-5 mas o desgaste do Giro e a concorrência mais forte fez-se notar no australiano.

Marc Hirschi é uma das grandes figuras da equipa helvética e falhou redondamente. Hirschi parece uma sombra de si próprio em 2025, não consegue aparecer nem em fugas nem nas etapas de média montanha. É preciso muito mais para uma das caras deste projeto.

 

UAE Team Emirates – XRG – 20

Tadej Pogacar vinha com uma missão e não falhou! 4º triunfo da carreira na Volta a França, mais uma vitória dominante, em pleno controlo do início ao fim, sem nunca ser colocado em causa. Vence 4 etapas, podia ter vencido mais, e também conquista a classificação da montanha. Tim Wellens também venceu, aproveitou uma das duas oportunidades que teve em fuga, ele que foi um dos principais apoios na montanha, está a subir muito bem. Jhonatan Narváez também subiu o nível, nunca o vimos a subir assim e, na maioria das vezes, era o último gregário de Pogacar.

Adam Yates continua com a temporada discreta, tal como no Giro d’Itália, apareceu em alguns dias, parece que a idade já começa a pesar. Nils Politt foi uma autêntica locomotiva, quilómetros atrás de quilómetros na frente do grupo, até em etapas de alta montanha! Pavel Sivakov e Marc Soler foram mais discretos, principalmente o francês, mas tiveram trabalhos redobrados depois do abandono de João Almeida. O português saiu de cena na etapa 9, era o braço direito de Pogacar e, em nossa opinião, perdeu uma grande oportunidade de terminar um Tour no pódio. É pena, tinha muito potencial para isso, mas virão novas oportunidades para o ciclista da A-dos-Francos.

 

Uno-X Mobility – 18

Um prémio merecido para a estrutura liderada por Thor Hushovd! Tobias Halland Johannessen vinha de um excelente Dauphine e correspondeu no Tour, terminando em 7º na geral. Chegou a temer-se o seu abandono após o seu desfalecimento no Mont Ventoux mas recuperou e ainda conseguiu subir na geral, muito promissor! Bom apoio dado pelo seu irmão Anders e por Andreas Leknessund.

Jonas Abrahamsen continua a mostrar que é um dos melhores roladores do pelotão e conseguiu o prémio que tanto procurava, vencendo uma etapa na Volta a França. É impressionante o poderio físico do gigante norueguês. Soren Waerenksjold somou 2 top-5 antes de abandonar e Stian Fredheim conseguiu um top-10. A grande desilusão acabou por ser Magnus Cort, um especialista em fugas de média montanha, completamente discreto ao longo das 3 semanas de competição.



XDS Astana Team – 11

A luta pelos pontos UCI está ao rubro e ficamos com a ideia que a equipa cazaque focou-se mais nisso do que em procurar outros resultados. Sergio Higuita termina em 14º, um lugar discreto mas que dá 110 pontos UCI. Talvez Harold Tejada pudesse ter outra liberdade, mas ficava no apoio ao seu compatriota nos dias mais duros. Clement Champoussin caiu algumas vezes mas mesmo assim esteve relativamente discreto nas etapas de média montanha.

Simone Velasco tentou em 4 fugas, ainda conseguiu um top-10 mas acaba por ser um resultado modesto para a sua qualidade. Sem um grande sprinter, os ciclistas da XDS Astana foram dividindo as oportunidades, Mike Teunissen, Davide Ballerini e até Yevgeniy Fedorov conseguiram alguns top-10 e somar os já referidos pontos UCI.

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