Última etapa da longa primeira semana de competição do Tour e logo com o ingresso no Maciço Central e na montanha! Tempo para a primeira chegada em alto da competição, teremos vitória de Tadej Pogacar?

 

Percurso

Que brutalidade para terminar a 1ª semana! “Apenas” 165,3 quilómetros mas com mais de 4300 metros de desnível acumulado positivo, fruto das 7 (!) contagens de montanha de 2ª categoria e uma de 3ª categoria. O Côte de Loubeyrat (4,2 kms a 6,1%) logo ao quilómetro 12 pode ser importante para a formação da fuga e depois entre o quilómetro 50 e 80 há mais 3 contagens de montanha de 2ª categoria. A corrida deverá começar a animar nos últimos 50 quilómetros, com o Col de Guéry (3,3 kms a 6,8%), logo seguido do Col de la Croix Morand (3,5 kms a 5,4%).

Estamos a 40 quilómetros do fim, seguem-se 25 quilómetros mais acessíveis até ao sopé do Col de la Croix Saint-Robert (5,1 kms a 6,3%), subida que termina a 10 quilómetros da chegada. Rápida descida em direção à subida final, o Le Mont-Dore, com 3300 metros a 7,7%, com o seu miolo a ser a parte mais dura, com rampas quase nos 9%.



 

Táticas

Finalmente chega a montanha, ainda para mais depois de uma longa primeira semana e com uma etapa tão dura como esta. Se o dia for corrido a grande velocidade e muito endurecido, pode haver ciclistas a passar muito mal. Acreditamos que a chave da corrida possa estar no que a Visma|Lease a Bike quer da etapa, até agora tem sido uma equipa muito interventiva, está muito ofensiva, tentando apanhar os seus rivais de surpresa. Se vierem com ideias, a etapa será diabólica.

Por outro lado, estamos antes de um dia de descanso, os ciclistas sabem que podem dar mais já que na terça-feira terão mais tempo para recuperar e isso pode possibilitar a mais ataques na tentativa da formação da fuga. Para se estar na frente vai ser preciso ser um bom trepador, mas para um dia destes é, também, necessário, ser um ciclista muito completo, caso contrário vai sofrer. Uma lotaria entre os favoritos e a fuga, diríamos 55/45 para o pelotão.

 

Favoritos

Tadej Pogacar pode querer acabar a primeira semana com um “murro” na mesa. Vencendo amanhã, o esloveno pode colocar, ainda mais, todos os seus rivais em sentido e a questionar o que fazer no restante Tour. Esta é uma etapa perfeita para o esloveno que, apesar da parda de João Almeida, continua a ter um bloco muito forte. O final explosivo é perfeito para Pogacar.




Em caso de fuga, apostamos em Lenny Martinez. O jovem francês vem com o objetivo vencer uma etapa, já tentou por uma vez mas sem sucesso. Desde aí tem estado mais escrito pensando em dias mais dores como este. Este ano está muito forte mas chegadas mais duras se estiver na frente estará motivado para dar uma vitória francesa no Dia Nacional de França.

 

Outsiders

A montanha começa a aparecer e, apesar de não ser uma etapa ao seu estilo, finalmente é um dia duro que Jonas Vingegaard tanto gosta. O dinamarquês é, na nossa opinião, o único que pode dar luta no frente-a-frente com Pogacar e, mesmo assim, é preciso ter um dia perfeito. Parece mais explosivo que nunca, podem ser bons indicadores. A Visma tem sido uma equipa muito ativa, talvez tenha algo pensado para amanhã.

Já com uma vitória, a EF pode apontar a mais com Neilson Powless. O norte-americano é um especialista de fugas, consegue grandes exibições neste tipo de terreno. Longe de ser um trepador, é um ciclista bastante completo pelo que não nos admirávamos se tentasse atacar de longe, fazendo a fuga de la fuga.

Romain Grégoire é outra forte aposta francesa para amanhã. O ciclista gaulês é um corredor bastante completo e apesar de não ser um trepador é alguém que passa bastante bem este tipo de subidas não muito longas mas íngremes. Temos trânsito estar em boa forma neste início de Tour.

 

Possíveis surpresas

Remco Evenepoel – as subidas mais curtas vão ao agrado do belga. Sem João Almeida, a luta pelo pódio ficou mais restrita, Evenepoel sabe disso e tem aqui um objetivo importante. Só depois deverá pensar, se possível, na etapa.

Kevin Vauquelin – para quem disse que não iria apostar na geral, está muito focado nisso. Ainda não chegamos à alta montanha, pelo que ainda continua com chances. Aqui só terá hipóteses se atacar de longe, aproveitando uma possível marcação entre os favoritos.

Matteo Jorgenson – falando em marcação direta, a Visma tem no norte-americano um trunfo a poder jogar, já que tem 2 ciclistas no top-5 e pode atacar à vez. Numa dessas mexidas, Jorgenson pode conseguir escapar. Já o tentou fazer neste Tour.

Felix Gall – o austríaco preferiria uma etapa com subidas mais longas, no entanto a dureza está lá e isso será do seu agrado. Está num grande momento de forma, há muito que não o víamos assim, é alguém que não tem medo de atacar de longe.



Florian Lipowitz – até agora muito discreto, mas também ainda não chegaram as etapas ao seu jeito. Chegamos à montanha e está na hora do alemão se mostrar. Já com algum atraso, pode ter alguma liberdade.

Michael Storer – o australiano veio a pensar nas fugas. Já foi terceiro numa tentativa, agora numa etapa mais dura será ainda maior candidato.

Ben Healy – porque não pensar numa segunda vitória do irlandês? A forma como venceu na fuga com ataque de longe foi impressionante mostra que está no mesmo um grande momento de condição física. Quando está forte é difícil de bater.

Pablo Castrillo – o espanhol tem estado bastante discreto no entanto ainda não existiram etapas ao seu jeito. O jovem espanhol é um trepador muito competente num ciclista sem medo de atacar como se viu na Vuelta.

Julian Alaphilippe – vencer no Dia da Tomada da Bastilha seria um sonho para o antigo campeão do mundo. A forma que trazia da Suíça ainda tem de lá estar, tem de aproveitar este terreno mais ondulante para tentar vencer uma etapa.

Quinm Simmons – o ciclista norte-americano é um poder de força neste terreno mais complicado. Longe de ser um trepador Simmons em alguém que arrisca de longe e a partir distanciar-se dos seus rivais.

 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Oscar Onley e Mauro Schmid.

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