Dia de crono-escalada no Tour! A subida de Peyragudes será o palco de mais uma batalha montanhosa na competição francesa. Conseguirá alguém parar Tadej Pogacar?
Percurso
Curto esforço de 10 900 metros mas que esforço! 2500 metros mais acessíveis, logo à saída de Loudenvielle há 300 metrosa 5,8% e depois são 8100 metros de sofrimento a 7,1% … de média! A fase inicial da subida é a mais acessível uma vez que os últimos 4600 metros, após a saída da estrada principal empinam ainda mais, a 8,1%. O penúltimo quilómetro é a 9,7% e quilómetro final tem rampas a 16%, mesmo na sua fase final.
Favoritos
Conseguirá alguém bater Tadej Pogacar? Neste momento parece impossível e o mais provável é vermos o esloveno a realizar mais uma fabulosa exibição em Peyragudes, com mais um ritmo infernal e, quem sabe, um recorde de subida. Vencer de amarelo também será um objetivo para Pogacar e, quantas mais etapas vencer melhor.
Jonas Vingegaard está longe do nível que já apresentou. O dinamarquês nem está a ter maus números mas comparados com outras edições mas não está tão forte e, depois da derrota de hoje, a quebra mental poderá ser maior que a quebra física. Vingegaard sabe que dificilmente ganha o Tour, terá de tentar defender o 2º lugar.
Outsiders
Florian Lipowitz mostrou uma enorme capacidade física na parte final, indo de menos a mais, sabendo gerir muito bem o seu esforço. Esta exibição só lhe dará confiança de atacar o pódio e começar a pensar mais além. Amanhã é cada um por si, o jovem alemão tem estado muito sólido nas subidas deste ano, uma surpresa não será de descartar.
Para quem começou a sentir dificuldades tão cedo, Remco Evenepoel nem fez uma má etapa. O belga geriu o seu esforço como se um contra-relógio se tratasse e amanhã será igual. Não há muitos no pelotão com a sua capacidade nesta disciplina e, apesar de ser uma crono-escalada, Evenepoel continuará a tirar partido disso.
Foi uma agradável surpresa ver Oscar Onley tão forte. O britânico já tinha dado boas indicações na montanha mas até aguentar um dia com várias subidas na alta montanha vai outra história. A confiança está em altas, tem de aproveitar para andar forte e conseguir ganhar tempo a alguns dos seus rivais mais diretos.
Possíveis surpresas
Tobias Halland Johannessen – o norueguês está a surpreender, hoje foi 4º, um resultado que demonstra o seu estado de forma. Parece, finalmente, soltar-se para aquilo que esperavamos quando saiu dos sub-23. Com a confiança em altas pode dar para um grande resultado.
Felix Gall – fez uma excelente crono-escalada na Volta a Suíça e está a ter um Tour positivo. É um dia importante para as suas aspirações na classificação geral final.
Kevin Vauquelin – dia para se defender. Não é um puro trepador mas é um excelente contra-relogista e isso pode ser importante para saber gerir o seu esforço. Na recente Volta a Suíça sofreu bastante.
Primoz Roglic – noutros tempos era dos principais favoritos, agora tentará um lugar entre os melhores. Voltou a estar discreto no dia de hoje, apesar de ter terminado no top-10, fará a sua corrida sem a pressão habitual. É dos poucos que sabe o que é ganhar uma crono-escalada.
Matteo Jorgenson – terá sido apenas um dia mau? O norte-americano esteve muito fraco hoje, precisa de subir o nível se quer terminar entre os melhores. Um bom contra-relogista, sabe gerir o seu esforço, pode ser importante para a subida final.
Amanhã a luta será entre os homens da geral, muito dificilmente veremos outros nomes a estarem nos primeiros lugares. Mesmo assim, atenção a Thymen Arensman, Harold Tejada, Pablo Castrillo, Michael Storer, Bruno Armirail e Raul Garcia Pierna para puderem terminar no top-10 final.
Super-jokers
Os nossos super-jokers são Cristian Rodriguez e Jordan Jegat.