Aí está o momento pelo qual muitos fãs da modalidade ansiavam, o início do Tour 2025! Tudo começa com uma etapa plana em redor de Lille, quem será o primeiro camisola amarela?
Percurso
Lille recebe o Tour pela 19ª vez e logo com pompa e circunstância, ao acolher a partida e a chegada da 1ª jornada, naquela que é quase uma volta pelo região. 184 quilómetros relativamente planos, com 3 contagens de 4ª categoria para ajudar a definir o primeiro líder da montanha e um sprint intermédio a meio que vai dar a entender quem está interessado na camisola verde.
O final tem uma zona técnica entre os 4000 e os 2000 metros para a meta, são 4 curvas, algumas lombas e estreitamento de estrada com passagem por uma ponte, a partir daí é relativamente simples, curva à esquerda e recta da meta que tem 1400 metros e 7 metros de largura, boas condições para um final ao sprint.
Tácticas
Creio que vamos ver uma fuga relativamente pequena com Arkea, TotalEnergies, talvez a Lotto e a Uno-x e depois uma perseguição concertada com algumas equipas envolvidas, nomeadamente a Alpecin com Silvan Dillier, com ajuda pontual da Lidl-Trek e da Soudal. No entanto creio que não vai haver grande esforço das equipas dos sprinters, o ritmo vai naturalmente aumentar com o nervosismo do primeiro dia, as equipas da geral a quererem proteger os seus líderes do vento que se vai fazer sentir. São rajadas de 50 km/h, uma intensidade média de 25 km/h e em boa parte do dia vai estar de forma lateral aos ciclistas, cheira muito a dia de caos com sprint no final.
Favoritos
Tim Merlier – Creio que vai haver finais mais técnicos onde Merlier vai sentir mais dificuldades devido à falta de apoio, reconheço que perante os comboios da Alpecin e da Lidl-Trek serão curtos Pascal Eenkhoorn e Bert van Lerberghe, no entanto um dia destes com muito nervosismo, protecção aos líderes da geral e rectas grandes no final até encaixa bem neste comboio delapidado. Merlier chega ao Tour com 10 vitórias em 2025, inclusivamente muitos duelos ganhos perante os seus rivais e com a consciência de que pode ser uma oportunidade única para envergar a camisola amarela.
Jonathan Milan – A reencarnação de Marcel Kittel estreia-se no Tour com vontade de fazer estragos e com a grande vantagem de ter uma Lidl-Trek totalmente focada nele e sem ambições para a geral com Skjelmose, que vem pelas etapas. É difícil imaginar um comboio melhor do que Simmons-Theuns-Stuyven-Consonni, uma máquina bem oleada que já se conhece muito bem. Milan chega repleto de confiança, com 6 vitórias em 2025 e várias demonstrações de força.
Outsiders
Jasper Philipsen – O belga chega ao Tour 2025 com 9 etapas no currículo, todas conquistadas entre 2022 e 2024, e volta a ter uma equipa fortíssima em seu redor, o que pode ser uma grande vantagem. Tem ciclistas de trabalho especificamente para o terreno plano, corredores para fazer a aproximação à meta e ainda um comboio com Rickaert, Mathieu van der Poel e Kaden Groves, é de um nível muito elevado. Mostrou alguma fragilidade no Tour 2024 e a temporada de 2025 não está a ser famoso, só bateu Merlier por 1 vez e Milan por 1 vez.
Biniam Girmay – A Intermarche Wanty, conjuntamente com Girmay, foi das grandes sensações do Tour 2024 e não pode ser descartado do lote de possíveis vencedores para amanhã. As atenções da equipa voltam a estar concentradas no eritreu, com Braet, Page e Rex. Girmay chega ao Tour sem qualquer triunfo e sem impressionar, só que no ano passado foi igual, quando alinhou à partida da Volta a França só tinha 1 triunfo.
Jordi Meeus – É uma grande aposta da Red Bull-Bora, que abdica de levar mais elementos de montanha para apoiar o sprinter belga, sente que assim vai estar mais próxima de vencer 1 etapa. Danny van Poppel é dos melhores lançadores do Mundo, pode ser meio caminho andado, e com a ajuda de Pithie e Mick van Dijke pode ter uma boa posição no final.
Possíveis surpresas
Phil Bauhaus – Dos sprinters mais regulares do pelotão internacional e muitas vezes nem precisa de um comboio para se colocar bem. A Bahrain sabe disso, tem bons trepadores e apenas Stannard e Wright, que nem sequer são lançadores, poderão estar com Bauhaus no final.
Dylan Groenewegen – Elmar Reinders e Luka Mezgec vão tentar guiar o holandês a mais um sucesso no Tour, no entanto pelo momento de forma e a concorrência vai ser uma tarefa bem complicada. Groenewegen este ano só ganhou na Volta a Hungria e na Volta a Eslovénia.
Arnaud Demare – Desde 9 de Março que Arnaud Demare não faz um pódio, quase 4 meses, portanto seria uma surpresa se o líder da Arkea conseguisse aqui, no maior palco de todos e perante esta concorrência. Não gosto muito do comboio da Arkea, Capiot e Venturini são ciclistas fortes, sprinters de origem, mas não têm grande experiência como lançadores.
Wout van Aert – Falhou os Nacionais com problemas de saúde, creio que não vai começar o Tour a 100% e num dia com vento como este poderá ter de passar a etapa toda a proteger Jonas Vingegaard.
Paul Penhoet – A ausência de Gaudu abriu espaço para a Groupama-FDJ apostar em Paul Penhoet com o jovem francês a ganhar experiência nestes complicados sprints do Tour. Com Barthe, Askey e Russo com ele tem hipóteses de fazer top 5.
Alberto Dainese – Seria um sonho o sprinter italiano conseguir a maior vitória da carreira na estreia da Tudor no Tour. Já venceu no Giro, no entanto um sprinter vive da confiança e Dainese ainda não levantou os braços em 2025
Cees Bol – A Astana está a voar e vem aqui sem qualquer pretensão para a geral, creio que Cees Bol vai ser o ciclista designado a fazer os sprints em pelotão compacto e pode perfeitamente imiscuir-se no top 5 com a ajuda de Ballerini e Teunissen, um comboio poderoso.
Soren Waerenksjold – Um ciclista um bocadinho de tudo ou nada, já venceu a Omloop este ano quando ninguém esperava e de recordar que no Giro também houve o inesperado triunfo de Casper van Uden ao sprint. É daqueles que gostaria de um dia louco no vento para endurecer a corrida.
Emilien Jeanniere – Está a ser uma das agradáveis surpresas no que toca aos sprints este ano, fez pódio no Paris-Nice, pódio recentemente em Copenhaga, no entanto aqui a concorrência é outra e pode sentir muito mais a falta de comboio, o objectivo é somar alguns top 10.
Pascal Ackermann – Fez 5 Grandes Voltas na carreira e com um nível de eficácia incrível, venceu no Giro 2019, na Vuelta 2020 e no Giro 2023, até pode fazer o triplete no Tour, a questão é que aqui a concorrência é outra e o alemão tem 1 pódio nesta temporada, até tem perdido algum terreno internamente para Jake Stewart.
Super-Jokers
Os nossos Super-Jokers são Arnaud de Lie e Tobias Lund Andersen.