A entrada no fim-de-semana final do Tour 2025 faz-se com uma difícil etapa de média montanha. Esta é a última grande oportunidade para muitos ciclistas, teremos a fuga a triunfar?

 

Percurso

Partida de Nantua, 10 quilómetros relativamente rápidos até à primeira contagem de montanha do dia, o Col de la Croix de la Serra (12,2 kms a 4,1%). Rápida descida até nova ascensão, desta vez o Côte de Valfin (5,6 kms a 4,3%), uma subida que ainda continua por 4,4 kms a 4,2%. A partir daqui, o terreno é muito mais rápido, 70 quilómetros mais acessíveis até ao Côte de Thésy (3,5 kms a 9%), subida que termina a 64 quilómetros do fim.

As grandes dificuldades já estão ultrapassadas, ficam a faltar apenas 3 colinas e uma delas categorizada, o Côte de Longeville (2,6 kms a 6%),a  24 quilómetros do fim. A 10 quilómetros do fim, 4100 metros a 3,5% podem ser importantes para definir a etapa, sendo que depois disto o terreno é plano até à chegada em Pontarlier.



Táticas

Esta é uma etapa muito difícil, apesar das poucas subidas, são quase 3000 metros de desnível acumulado. Já com muitos ciclistas cansados, pdoe ser um dia bem complicado para muitos e, a juntar a isso, a chuva deverá marcar presença. Esta é uma etapa perfeita para a fuga, dia duro demais para os sprinters e fácil demais para os homens da geral que, se quiserem ganhar tempo, vão tentar estar na fuga, já que as diferenças entre os primeiros são enormes.

Tudo isto vai fazer com que a fuga do dia seja enorme, até um mini-pelotão pode vir a formar a frente de corrida e, como tal, a fuga de la fuga é bem possível, principalmente com ataques numa das últimas duas contagens de montanha, primeiro para a seleção e depois para a vitória. Esperamos espetáculo, é a última oportunidade para a fuga, em Paris não vão existir “ofertas”.

 

Favoritos

Quinn Simmons tem sido um dos grandes nomes do Tour. Em fuga já por diversas vezes, tem sido muito generoso no trabalho e, no final, isso paga-se caro. Amanhã tem mais uma chance para conseguir o objetivo de vencer uma etapa, depois de muito ter ajudado Jonathan Milan. Tem de ser mais conservador e atacar no momento certo.

Bruno Armirail tem feito um grande Tour no apoio ao seu líder, está na hora da sua oportunidade. O francês está longe de ser um ciclista ganhador no entanto não deixa de ter qualidade. Trepador competente, excelente rolador, se lhe dão alguma liberdade nunca mais o apanham. Não terá receio de ficar sozinho demasiado cedo.

 

Outsiders

Jhonatan Narvaez pode ter a sua oportunidade amanhã. Já vimos que se surgir a oportunidade, a UAE Team Emirates deixa os seus ciclistas irem para a fuga e não há melhor chance para o equatoriano que esta. Está a subir melhor que nunca, tem uma excelente ponta final, é um perigo à solta. Será um dos alvos a abater.



Também a Visma|Lease a Bike deve colocar alguém na frente e se há ciclista que merece a vitória é Victor Campenaerts. O belga está a fazer um Tour impensável há uns anos, está feito um trepador e não perdeu a capacidade de rolar muito bem. Não lhe podem dar um metro, pois senão já só o veem na meta.

Será a INEOS Grenadiers capaz de manter a senda vitoriosa? Amanhã é um dia perfeito para Axel Laurance, um corredor que passa muito bem estas subidas e tem uma excelente ponta final. Já esteve em várias fugas deste Tour, somou alguns top-10, com alguma confiança a vitória pode aparecer.

 

Possíveis surpresas

Jordan Jegat – um último assalto ao top-10. O francês pode tentar estar na fuga mas isso vai levar a que mais ciclistas da geral também o façam e, dessa forma, a fuga possa não ter hipóteses.

Ben Healy – é aqui que entra o irlandês, um ciclista que se não estivesse no top-10 seria uma certeza nesta fuga. Etapa de média montanha, com subidas longe da meta, perfeitas para os solos épicos de Healy.

Frank van den Broek – enorme no apoio a Oscar Onley, se tiver alguma energia no tanque é um perigo para este tipo de etapas, já que para além de subir bem, tem uma boa ponta final.

Luke Plapp – mais discreto que o habitual, tem uma etapa bem ao seu jeito, a fazer lembrar a etapa que ganhou no Giro deste ano. Um dos nomes para a fuga de la fuga.

Julian Alaphilippe – não duvidamos que o francês vá tentar no entanto as forças já parecem justas e, como sempre, será dos ciclistas que mais vai contribuir e isso pode sair-lhe caro.



Wout van Aert – esta é uma etapa perfeita para o belga, no entanto quando está na frente todos correm contra si e acaba por gastar muita energia. Ter um colega no apoio será fundamental, nem que seja apenas para marcar ataques.

Tim Wellens – o raio pode cair duas vezes no mesmo sítio. O campeão belga está a andar melhor que nunca e depois de muito trabalho para Pogacar e do brilharete do passado domingo voltar a repetir triunfo da mesma forma não seria de todo descabido. Terá é muito mais marcação.

Simone Velasco – o italiano é um ciclista muito completo, adora estas etapas estilo clássicas e com finais mais acessíveis onde pode usar a sua excelente ponta final.

Jonas Abrahamsen – um dos melhores roladores do pelotão. Já com uma etapa no bolso corre com menos pressão, o que até pode facilitar.  Irá sofrer nas subidas por isso, terá de antecipar as principais ofensivas.

Ivan Romeo – o campeão espanhol tem estado muito discreto, talvez guardado energias para este etapa, a última que lhe assenta bem. Ciclista muito combativo, não tem medo de atacar de longe.

 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Andreas Leknessund e Thibau Nys.



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