Primeira etapa em linha do Tour e logo nos primeiros quilómetros formou-se a primeira escapada da “Grand Boucle”. Cyril Barthe foi tentar ajudar Pierre Rolland a conquistar a camisola da montanha face à concorrência de Sven Erik Bystrom e de Magnus Cort Nielsen, que também tinham o mesmo objectivo. O dinamarquês, a jogar em casa, tinha a motivação de subir ao pódio e a explosão necessária para passar na frente das 3 contagens de 4ª categoria, deixando mesmo os 2 elementos da equipa francesa para trás.
As 2 primeiras horas de corrida foram a alta velocidade, a média foi de 46 km/h e a 100 kms da meta Cort e Bystrom tinham 1:30 para os 2 corredores da B&B Hotels e 3:15 para um pelotão que ia sendo controlado pelas equipas dos sprinters. Barthe e Rolland foram alcançados numa altura em que já se sentia algum nervosismo dentro do grupo principal. Os candidatos à camisola verde lutaram pelo 3º posto no sprint intermédio, onde Ewan superou van Aert e Sagan. Jakobsen foi lá e não somou quase pontos, enquanto Philipsen reservou energias para o final.
Bystrom deixou Cort para trás e continuou isolado ainda bastante tempo e a 40 kms do final a primeira queda colectiva do Tour afectou Krists Neilands e Martijn Tusveld. O norueguês foi alcançado e o ritmo aumentou bastante aquando da entrada para a famosa ponte, sendo aí que Rigoberto Uran ficou envolvido num toque entre ciclistas. O dia ficou ainda pior para a EF Pro Cycling quando Ruben Guerreiro caiu e ficou muito mal tratado, num trambolhão onde também ficou envolvido o camisola amarela Yves Lampaert.
O vento frontal na ponte bloqueou a corrida e permitiu a recuperação do grupo de Rigoberto Uran e Giulio Ciccone, a loucura voltou na estrada dos 4 kms finais, sendo que o pelotão ficou cortado devido a uma enorme queda colectiva já dentro dos últimos 2 quilómetros. A Quick-Step esteve sempre na frente, mas Jakobsen esteve sempre um pouco afastado do seu comboio e foi a Trek-Segafredo a aparecer na hora H com Stuyven a lançar Pedersen. Após vários encostos com Sagan, Jakobsen saiu da roda de Wout van Aert para uns últimos 50 metros fulgurantes, batendo assim o belga e Mads Pedersen.
É preciso recordar que há 2 anos Fabio Jakobsen estava a lutar pela vida numa cama de hospital e hoje cumpre um sonho e um objectivo de carreira. Graças às bonificações Wout van Aert tirou a camisola amarela a Yves Lampaert. Nelson Oliveira protegeu os seus líderes e chegou sem percalços, Ruben Guerreiro perdeu muito tempo e vai agora tentar recuperar das mazelas e tentar vencer etapas.